Prevenção
COVID-19: Saiba porque idosos são mais suscetíveis a complicações
Docente relaciona envelhecimento e capacidade de defesa imunológica
A pandemia do novo Coronavírus tem levantado discussões acerca dos grupos de risco, que têm mais chances de desenvolverem quadros graves quando acometidos pela doença. Nesse cenário, não podemos esquecer que as complicações e necessidade de internação não restringem-se aos grupos vulneráveis, mas estes ainda representam os maiores níveis de mortalidade.
O mestre em Geriatria e docente do curso de Medicina da Ulbra, Paulo Cardoso Consoni, apontou que, durante o envelhecimento, existe um processo concomitante no organismo chamado de imunossenescência, que se caracteriza pelo envelhecimento da imunidade. Além deste fato, a presença constante de alérgenos nas pessoas idosas, que causam hipersensibilidade à inflamação, pode também ser definido como uma das causas que levam às complicações. "Um idoso com asma, por exemplo, reage a uma crise respiratória de forma muito mais intensa que os adultos, e isso pode inclusive levar a óbito."
Quando ocorre um processo infeccioso, há uma resposta inflamatória maior na pessoa idosa, de acordo com Consoni, explicando a afirmação a partir da dificuldade do organismo de produzir imunidade em decorrência do processo de imunossenescência.
Aliado a isto, o docente também alerta para a diminuição das funções corporais a partir de uma certa idade. "Quando você tem um processo viral infeccioso, mesmo que a pessoa não tenha visivelmente uma insuficiência cardíaca, é muito provável que ela vá desenvolver. O coração é obrigado a bater mais rápido por conta da febre, e vai comprometendo o funcionamento dos outros órgãos, como pulmão, rins e fígado."
Risco em idosos com doenças pré-existentes
As situações próprias do envelhecimento por si só já representam um risco maior à saúde. Segundo o geriatra, associado a este processo natural, temos praticamente 80% dos idosos com pressão alta, diabetes ou doenças crônicas degenerativas como parkinson e alzheimer. "Isso são fatores que deixam a pessoa idosa mais fragilizada dentro de um processo infeccioso."
Frisou, ainda, a contribuição dos hábitos perigosos para a saúde, como fumar, que, a partir de uma certa idade e constância, acarreta em uma grande chance de desenvolver problemas pulmonares e cardíacos. "O idoso já tem naturalmente uma diminuição da capacidade pulmonar e tem uma resposta inflamatória mais intensa. Um pouco de inflamação pulmonar na pessoa idosa já é muito."
Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas
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