Informação
Entenda como são feitas as projeções sobre o novo coronavírus
Professores da Ulbra explicam a pandemia e suas estatísticas
Com a chegada da COVID-19 ao Brasil e a recomendação de isolamento social desde a primeira quinzena deste mês, os noticiários passaram a atualizar diariamente os números que envolvem a pandemia do novo coronavírus no mundo. Os desdobramentos em países que registraram casos antes do Brasil acabam influenciando diretamente nas projeções das próximas semanas.
Para entender como são feitos os cálculos e o que acaba por influenciar nas projeções de profissionais da saúde e nas políticas adotadas pelo poder público, os professores Elson Farias e Simone Echeveste explicaram como funciona a avaliação dos impactos da doença no mundo e como isso reflete diretamente no dia a dia das famílias brasileiras, que atualmente se encontram confinadas em suas casas.
"Essa pandemia gera um fenômeno social e seus desdobramentos dependem muito de como nos comportamos", observa o epidemiologista Elson Farias. De acordo com o docente, o alto poder de transmissão do vírus de pessoa para pessoa é um dos fatores que influenciam nas projeções que vêm sendo feitas pelos especialistas. "Soma-se a isso a variabilidade ambiental, social e cultural da região e também o número de pessoas afetadas", acrescenta.
Professora com formação em Estatística, Simone Echeveste ainda acrescenta outras variáveis importantes para as análises. "Temos as questões demográficas, como idade da população, distribuição de renda, escolaridade, entre outras", complementa. Além disso, ela ressalta que os dados possuem complexidades, pois é uma doença que não está totalmente mapeada. "Com as informações disponíveis no momento, ainda procura-se aprender como esse vírus se comporta com o passar do tempo", alerta.
Principal modelo matemático utilizado até agora
Por não ter informações conclusivas sobre até onde o vírus pode progredir e impactar determinada região, os especialistas têm se apoiado em dados enviados por locais que tiveram seus picos de contágios e mortes, como a China, primeiro epicentro do vírus, e agora a Itália. Utilizando curvas que mostram os dias desde o primeiro registro de pessoa testada positivamente para a COVID-19, as autoridades podem ter uma ideia de quanto tempo elas têm para tomar as medidas de prevenção adequadas.
"Nesta análise descobrimos como se comporta a disseminação do vírus e, com essas informações, podemos verificar se estamos no caminho certo. A partir desses resultados, podemos buscar o famoso achatamento da curva, com ações preventivas que buscam suavizar os impactos sobre o sistema de saúde", explica Simone, que pondera que até mesmo esse modelo não é 100% preciso, pois as variáveis de país para país são inúmeras, bem como as ações tomadas por cada governo.
De acordo com Elson Farias, o Brasil tem apresentado uma curva semelhante à da maioria dos países analisados. "Estamos apresentando uma evolução crescente acentuada, seguindo o mesmo trajeto e escala de outros países acometidos pela COVID-19", indica o epidemiologista. Mas ele ressalta que ainda é cedo para ter certezas sobre os impactos da doença no país, pois é novidade o enfrentamento e acontece em tempo real. "É como investigar causas de um acidente aéreo com o avião caindo. São muitas informações desencontradas ainda", pondera.
Importância da notificação, da estatística e da prevenção
Por ser uma doença que apresenta sintomas similares a uma forte gripe, o diagnóstico correto e a devida notificação são fundamentais para que os dados cheguem de forma correta para os responsáveis pela formulação das estatísticas. Elas que vão nortear as políticas públicas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. "A estatística pode contribuir diretamente na análise dos resultados dos testes para a cura e criação de uma vacina para a COVID-19", destaca Simone.
Além disso, a professora reforça a importância dos números para trazer informações. "As estatísticas têm um importante papel na análise e na identificação dos fatores de risco da doença, no mapeamento do perfil das pessoas que sofrem esse contágio e também das que têm o quadro agravado e vão a óbito", completa.
Povo bem informado segue as recomendações médicas
Enquanto não é resolvido esse problema complexo e multidisciplinar, o professor Elson Farias deixa claro que é preciso que todos sigam as indicações de higienização e as recomendações das autoridades sanitárias. "É papel das pessoas, nesse momento, reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus", aponta.
Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por, pelo menos, 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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