Antes do coronavírus
Professor conta as pandemias que já marcaram a história
Professor do Colégio Ulbra São Lucas falou sobre impactos das doenças
No último dia 11, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a pandemia do novo Coronavírus. No entanto, não é a primeira vez que uma doença se dissemina em diferentes continentes com transmissão de pessoa para pessoa. Ao longo da história, outras pandemias provocaram grandes mudanças para a humanidade.
De acordo com Eduardo Ferreira, professor de História e Geografia do Colégio Ulbra São Lucas, os primeiros registros de epidemias são datados de V a.C e, desde então, muitas outras enfermidades vieram à tona para a civilização. "Após a Peste Negra, entre os séculos XIV e XIX, foram tantas doenças e mortes que pararam de contar e registrar. Foi um período difícil. Isso ocorreu devido à falta de higiene e o acelerado crescimento populacional nas grandes cidades."
Na história, as doenças que mais mataram, respectivamente, foram a Tuberculose (1850-1950), Peste Negra (1333-1351), Varíola (1896-1980), Gripe Espanhola (1918-1919) e a Aids (1980-atualmente). Devido a essas fatalidades, transformações aconteceram e ainda têm efeitos na sociedade atual, como melhorias nos hábitos de higiene pessoal e coletivo, além da busca por vacinas e remédios. "A penicilina foi um divisor de águas na medicina, caiu muito a mortalidade após essa descoberta em 1928, no início do século XX. A Varíola, que matou muito, hoje é uma doença erradicada graças às campanhas de vacinações na década de 1980", exemplificou o professor.
Questionado sobre as diferenças de medidas tomadas de uma época a outra em relação às doenças, Ferreira explicou que hoje o conhecimento é muito maior. "A informação é rápida. Logo, é mais fácil controlar uma pandemia. No entanto, antes micróbios e bactérias causavam muitos males e baixas. Hoje já não matam tanto. O grande risco na atualidade são os vírus. As pandemias atuais são virais. E não é simples encontrar a cura para vírus que se modificam tão rapidamente", alertou.
Para o professor, as tecnologias e a evolução que a humanidade teve ao longo dos tempos são aspectos que contribuem para a prevenção e combate do Covid-19. Além disso, ficará para a história os valores sociais que estão sendo discutidos devido ao novo Coronavírus. "A história ajuda a compreendermos melhor o mundo de hoje. Tudo tem uma origem e ela nos ajuda a encontrar respostas para fazermos as escolhas certas", finalizou o professor.
Saiba a história de algumas pandemias:
Peste Negra
A Peste Negra se espalhou pela Europa entre 1347 e 1351 e dizimou metade da população. A bactéria que originou a pandemia teve origem na Ásia, de onde viajou pela rota da seda, nos intestinos das pulgas que infestavam os ratos. Após 12 barcos desembarcarem na Itália, a maior parte da tripulação já havia falecido e os sobreviventes estavam cobertos de bolhas escuras. Com isso, as autoridades locais solicitaram que as embarcações fossem removidas dos portos, mas a contaminação já havia acontecido. Os sintomas eram manchas na pele, febre, arrepios, vômitos, diarreia e dores fortes pelo corpo.
Gripe Espanhola
A Gripe Espanhola, também conhecida como Influenza, originou-se em 1918 e afetou 500 milhões de pessoas, o equivalente a um terço da população mundial no início do século XX. Entre os sintomas apresentados, estavam sangramento pelo nariz, olhos e ouvidos e aparência com tonalidade azulada em decorrência da falta de oxigênio. Esse vírus tinha grande influência nas crianças e idosos, que possuem o sistema imunológico mais frágil.
Gripe A
Em 2009, a Gripe A teve os primeiros casos registrados pela Organização Mundial de Saúde no México, Estados Unidos, Espanha e Canadá. Não tardou até surgirem evidências da Gripe em outras regiões do mundo, como o Brasil. Os sintomas da doença incluem a presença da febre acima de 38ºC, tosse, diarreia, dificuldade respiratória e dores na cabeça e no corpo. Assim como a maioria dos vírus, as orientações para evitar a contaminação são os cuidados com a higienização, tais como, lavar as mãos frequentemente, não tocar no rosto após contato com superfícies e evitar aglomerações.
Julia N.Tews e Paola Altneter
Estudantes de Jornalismo da Ulbra Canoas
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