Novidade
Residências passam a ter disciplina que alia saúde e espiritualidade
Temática ganha espaço fixo na grade curricular a partir deste semestre
Ainda incipiente no Brasil, a união entre religião e ciência em uma mesma disciplina é uma experiência que já foi consolidada em diversas universidades dos Estados Unidos. Agora, na Ulbra, os acadêmicos das residências médica e multiprofissional vão ter o conteúdo como parte fixa da matriz curricular de suas formações. Nesta terça-feira, 3, os professores Thomas Heimann e Rossano Dal-Farra introduziram as atividades que serão realizadas durante o semestre.
A disciplina Espiritualidade, Saúde e Cuidados Paliativos busca preparar os profissionais da saúde para uma abordagem que priorize não só as enfermidades visíveis do ser humano, mas seu estado mental. De acordo com a coordenadora da Residência Multiprofissional, Estela Schiavini, "percebeu-se que grande parte dos profissionais de saúde não estão preparados para inserir os aspectos espirituais do paciente em seu plano terapêutico e, por isso, a Ulbra optou por oportunizar a disciplina na formação dos seus residentes". Com isso, a Instituição se torna pioneira na implementação deste tema em sua estrutura curricular.
O professor Thomas Heimann, que também é reitor da Ulbra, destacou a vocação confessional da Universidade como um dos fatores que influenciaram diretamente na decisão de inserir a disciplina de vez na matriz curricular. "Acreditamos que está dentro dessa visão de ser integral da própria Universidade, faz parte da confessionalidade, que busca enxergar o ser humano com as suas dimensões espirituais, sem abrir mão de toda a ciência. É uma questão de postura convergente", apontou o docente.
Seu colega de cátedra, o professor Rossano Dal-Farra, lembrou que o conteúdo abordado não é nenhuma novidade no mundo acadêmico, apesar de ainda ser pouco abordado no país. Segundo ele, há bases teórico-científicas em universidades renomadas dos Estados Unidos que comprovam a eficácia do uso da espiritualidade nos tratamentos ligados à saúde física e mental dos pacientes. "Os norte-americanos notaram há muito tempo que a participação em vivências religiosas, em grupos sociais religiosos, diminui muito os efeitos nocivos de álcool, drogas e em questões de saúde mental. A partir disso, eles começaram a inserir isso em pesquisas e a quantificar", explicou.
Complemento importante ao trabalho dos profissionais da saúde
Os médicos Bruno Marcacini e Larissa Adorno aprovaram o primeiro contato com a disciplina. "Concordo muito com o que o professor falou. Acho que cada um tem a sua religiosidade e, se a gente puder usar ao nosso favor, fazemos isso. Se a pessoa não tem uma religião, buscamos abordar de outra forma", destacou Larissa. Indo ao encontro da colega, Bruno considerou que toda forma de atenuar o sofrimento de um paciente é válida. "É uma maneira de fortalecer a esperança da pessoa que está naquela situação difícil", ressaltou.
E foi exatamente nesse sentido que o professor Thomas espera que a disciplina agregue à formação dos acadêmicos. Para ele, a união entre ciência e religião pode fazer uma diferença positiva na vida do enfermo, esteja ele em recuperação ou em estado terminal. "Existe um período histórico onde a ciência parece que rompe com a religião, como se as duas coisas fossem incompatíveis. Sendo que, na antiguidade, não existia essa dicotomia. De um tempo para cá, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem trazendo esse conceito de volta . Com isso, já há um entendimento que corpo, mente, alma e espírito convergem, tanto para a doença como para a saúde", concluiu.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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