Simone com o coordenador do Observatório de Responsabilidade Social da América Latina e Caribe - ORSALC, Humberto Grimaldo Duran Foto: Arquivo pessoal

A viagem da professora Simone Imperatore a Cuba rendeu bons frutos à Ulbra. Após retornar de Havana, a gerente de Educação Continuada e Inovação da Aelbra, mantenedora da Universidade, falou sobre as novidades do período em que esteve na ilha caribenha, entre os dias 8 e 15 de fevereiro. Ela participou do 12º Congresso Internacional de Educação Superior, evento que reuniu, durante cinco dias, cerca de duas mil pessoas de dezenas de países da América Latina, Caribe, Europa e até mesmo da Ásia.

Na visita à capital cubana, Simone se encontrou com diversas autoridades ligadas à educação local, entre elas o ministro da Educação Superior de Cuba, José Ramón Saborido Loidi, e a reitora da Universidade de Havana, Miriam Nicado. "O nosso ponto de ligação com o ministro foi a diretora de Relações Internacionais de Cuba, María Victoria Villavicencio Plasencia. Ela foi a anfitriã e fez a mediação, pois queria que ele conhecesse essa experiência", conta.

Com a boa repercussão da obra que trata sobre a curricularização da extensão na Ulbra e sua participação nas reuniões e painéis do evento, convites não demoraram a chegar para a professora. "Eles acharam que o nosso trabalho tem muito a ver com a América Latina. É uma universidade brasileira buscando um modelo que faz a reconexão da universidade, um modelo endógeno, que rompe com o modelo americano e de outros países do exterior, então chamou muito a atenção de quem estava por lá", relembra Simone.

Relevância do trabalho abriu portas para publicação em inglês e espanhol

Das conversas e entregas de exemplares dos livros, Simone acabou recebendo convites para apresentar mais detalhes sobre a curricularização da extensão. O interesse partiu das mais altas autoridades presentes em Cuba. "Eram pessoas de diversos contextos políticos, econômicos e sociais, que visavam trocas de experiências acadêmicas e a formação de intercâmbios entre os diferentes países. Só no congresso, tivemos a presença de mais de 80 ministros de todos os cantos do mundo."

Para Simone, ficou claro que as autoridades compreenderam a importância do tema. "O diretor da Unesco demonstrou bastante interesse pela nossa contribuição. Também tive a proposta da Associação Colombiana de Universidades (Ascun), que gostaria de publicar o livro em espanhol, com previsão de lançamento em setembro deste ano", revela. Para 2021, ainda há a possibilidade do lançamento da obra em inglês, a convite dos organizadores do Encontro do Instituto de Educação Superior da América Latina e Caribe, na França", adianta a docente.

Além de todos os convites para congressos e publicações, alguns países como a Costa Rica e El Salvador propuseram a realização de formações docentes em suas universidades. A ideia, segundo Imperatore, é levar professores da Ulbra para relatarem suas experiências. "Todos têm essa noção de que a nossa experiência forma um acadêmico diferenciado, comprometido com a sociedade, reflexivo, crítico e que constrói o seu aprendizado. É disso que estamos falando, uma outra educação", ressalta.

Aspectos que chamaram a atenção da professora

Convidada como observadora do Observatório Regional de Responsabilidade Social da América Latina e Caribe (Orsalc), da Unesco, Simone pôde ter contato direto com profissionais de diversas instituições de ensino superior do mundo. Representando a única universidade privada nos encontros, a professora destacou a abertura para trocas de informações e o alto nível dos debates entre os presentes. "Foram conversas enriquecedoras, que trouxeram as mais variadas pautas. Falamos sobre pesquisa, extensão, internacionalização, tecnologias aplicadas à educação superior e metodologias", resume.

Sobre as observações que considerou mais interessantes, Simone destacou a abertura e a solidariedade das instituições que eram representadas no evento. "Eles não te tratam como concorrente, pois há uma preocupação maior em buscar essa internacionalização, integrar a pesquisa com a pós-graduação. Aprendi muitas coisas sobre potencialidades integrativas. Por sermos referência nessa integração, isso nos possibilita alavancar ainda mais e fazermos intercâmbios de experiências", aponta.

Outra questão debatida foi a universalização dos intercâmbios. Em países mais avançados nesse aspecto, todos os acadêmicos têm a oportunidade de realizar intercâmbio e trocar experiências com pessoas de outras nacionalidades. "Precisamos pensar isso de forma mais inclusiva. A professora Andréia já está trabalhando nisso, visando curricularizar a internacionalização, assim como já é feito em outros países", observa.

Um trabalho de muitas mãos

Para finalizar, a professora Simone Imperatore fez questão de frisar o trabalho conjunto que resultou nessa importante visibilidade internacional para a Ulbra. "O livro é uma compilação de um trabalho coletivo, uma experiência realizada por muitas mãos, por uma universidade inteira. Não é apenas algo teórico, é algo que já vem sendo aplicado. É algo que foi feito, implementado, que tem resultados, então isso chamou muito a atenção deles (representantes de outros países)."

Agora, segundo ela, a intenção é estreitar as relações que foram criadas na viagem, concretizando projetos. "É possível se aproximar mais, é possível construir pontes mais fortes e efetivas entre um mundo maior de oportunidades. Já temos conversas para estabelecer algumas parcerias e outras devem ir acontecendo, pois todos partiram do pressuposto de que tínhamos que objetivar uma concepção de educação que fosse baseada na realidade de cada país, buscando pontos em comum e as potencialidades de alavancagem", finaliza.

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS