Rede de apoio
Família se une para que aluna de Psicologia continue os estudos
Kerolin Oliveira acaba de dar a luz ao primeiro filho e retorna às aulas
Conciliar estudos e maternidade parece algo distante, mas com uma rede de apoio é possível voltar a olhar para si logo após uma gestação. Foi isso o que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 21, quando Kerolin Gonçalves de Oliveira, de 28 anos, iniciou o semestre na Ulbra, em Canoas. Estudante do 5º semestre do curso de Psicologia, essa foi a primeira vez que a mãe de primeira viagem ficou afastada por algumas horas do filho Théo, de 7 meses, desde que ele nasceu. Depois de sair do emprego para se dedicar exclusivamente ao bebê, a decisão de voltar para a universidade, garante ela, não foi fácil. "Fiquei com dois corações. Me julguei, senti culpa, mas no fundo sei que para ele é ótimo", admite.
O apoio da avó e do pai do pequeno foram fundamentais para que ela se encorajasse a retornar. Neste primeiro dia de aula, enquanto a estudante estava em sala de aula, os familiares cuidavam do menino no pátio da universidade. "Como ela está matriculada em uma disciplina presencial, a ideia é que a gente acompanhe todas as sextas-feiras e traga o Théo junto para que ele possa ser amamentado", garante o esposo Maurício Gonçalves, de 29 anos. O incentivo vem também da mãe da acadêmica, Celi Gonçalves, de 67 anos, avó de 7 netos. "Sabemos que é uma luta, mas o estudo é muito importante. No futuro será bom para ele a mãe ter uma profissão e estar feliz", conclui.
Apoio também na sala de aula
Nas pouco mais de 2 horas que ficou em sala de aula, Kerolin disse que ter compartilhado seus sentimentos com as colegas também foi essencial. "Estava me sentindo estranha, como se faltasse um pedaço de mim. A professora comentou que quando nasce uma mãe, surgem milhões de conflitos emocionais. Me senti acolhida de ter falado da minha experiência", afirma.
No reencontro com a família no final da aula, a estudante, que se define como uma apaixonada pela psicologia, garantiu que o sentimento era de felicidade. "Quando meu filho nasceu deixei de ser estudante para me tornar mãe, a gente perde um pouco a identidade, mas hoje senti que resgatei um pedaço de mim," comemora.
Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219
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