Gente da Ulbra
Egresso da Ulbra assume assessoria de imprensa do Grêmio
Márcio Neves se formou no curso de Jornalismo em 1997
"Posso dizer que fui um privilegiado por ter uma família que me mostrou, desde muito cedo, as belezas do jornalismo e me fez gremista", resume Márcio Neves, formado em Jornalismo pela Ulbra, em 1997. Após mais de 20 anos de carreira, sendo em grande parte como funcionário do clube do coração, ele acaba de assumir o cargo de assessor de imprensa do Grêmio, time que aprendeu a amar desde muito cedo, por influência de seu pai e seu avô.
Filho de Luiz Nei de Rezende da Silva, que chegou a ser diretor de futebol do Grêmio, em 1977, ao lado de Nelson Olmedo, Márcio traz o amor ao clube de seu pai e de seu avô, Adail Borges Fortes, que trabalhou no Correio do Povo e foi braço direito de Breno Caldas, filho do fundador do jornal. No periódico, Adail tinha uma coluna destinada ao tricolor de Porto Alegre. "A coluna dele só era publicada quando alguma coisa acontecia com o Grêmio. Então, servia para acalmar ou incentivar o torcedor", relembra.
Gremista fanático, Adail vivia o clube diretamente, chegando a ser presidente do Conselho Deliberativo do tricolor. "Ele tinha uma influência muito grande dentro do Grêmio", confessa. Isso se refletiu na atuação de seu filho Luiz, que fez parte da gestão que deu início aos anos de glória do tricolor porto-alegrense, que em 1977 conquistaria o campeonato gaúcho, após oito anos de jejum. "Foi um marco significativo, pois, na época, o campeonato estadual tinha um peso maior, já que era aquilo que até então os dois clubes (Inter e Grêmio) podiam almejar", conta Neves.
Ao mesmo tempo, segundo ele, o seu tio Clóvis Rezende teve grande influência na sua escolha pelo jornalismo. "Ele que me levava ao estádio, nas coberturas de treinamentos, e acompanhava de perto o trabalho que ele fazia nas reportagens." Clóvis, na década de 1980, era um expoente do jornalismo esportivo no Rio Grande do Sul e cobria o time tricolor. "Era um gremista fanático. Viajou com o Grêmio na conquista da Libertadores de 1983", relembra.
Quase acabou em outra profissão
Apesar de vivenciar o jornalismo de perto desde muito pequeno, Márcio quase se graduou em Arquitetura. Seu pai, Luiz Nei, era arquiteto de formação. "Eu cheguei a fazer um ano de Arquitetura. Eu sempre desenhei muito bem e, por causa disso, acabei cursando", revela. No entanto, após o período, Neves percebeu que não era aquilo que gostaria de fazer para o resto da sua vida. "Tranquei o curso, fiz intercâmbio de um ano em Madri, na Espanha, para aprender espanhol. Depois, passei seis meses na Costa Rica, também estudando espanhol, e, ao retornar, me matriculei na Ulbra", conta Márcio, que ingressou no curso em 1993. "Tenho lembranças muito boas do meu período na Ulbra. Foi uma instituição que marcou a minha vida, me ensinou muito, não só no jornalismo, mas na convivência com as pessoas, com os colegas, com os professores, principalmente em relação a respeito, a hierarquia", relembra.
Trajetória no jornalismo
Em 1993, surge a primeira oportunidade de Neves no meio jornalístico, no programa Cadeira Cativa, então na TV Guaíba e que, na época, era apresentado por Edegar Schmidt, amigo de seu tio. "Logo no início da graduação, fiz um estágio como produtor e era responsável pelo quadro Vox Populi, que era um bloco de entrevistas de torcedores na rua, onde respondiam sobre temas relacionados ao futebol", conta.
Em seguida, no ano de 1994, foi convidado por Pedro Ernesto Denardin para fazer parte da equipe de esportes da Rádio Gaúcha, também como estagiário, onde ficou por um ano. "Foi uma grande escola para mim, pois fiz a produção de programas como Show dos Esportes, Sala de Redação, Hoje nos Esportes, e isso me permitiu conhecer grandes jornalistas e comunicadores. Tive a oportunidade de conviver com pessoas como Rui Carlos Ostermann, Lauro Quadros, Paulo Sant'anna, José Aldo Pinheiro, entre outros profissionais de relevância do rádio gaúcho", relembra com orgulho.
Em 1999, já formado em jornalismo, foi convidado por José Alberto Guerreiro, presidente do Grêmio na época, para entrar para a área de comunicação do clube. Naquele momento, o tricolor gaúcho contava com uma equipe enxuta. "Tinha apenas o Sérgio Schueler como assessor de imprensa e o Gabriel Cardoso como estagiário. Desde então, faço parte da equipe de comunicação do Grêmio". Em 2006, Márcio participa da implantação da rádio do clube, com Haroldo Santos e Rafael Pfeiffer, permanecendo no projeto até receber a proposta para retornar à assessoria de imprensa do tricolor.
No entanto, o retorno à assessoria de imprensa do clube gaúcho é considerada uma nova etapa na vida de Neves. Segundo ele, há diferença entre o trabalho que fez entre 1999 e 2006. "Sempre fiz a assessoria de comunicação institucional do clube, mas agora substituo João Paulo Fontoura na assessoria de imprensa do futebol, que é um mundo completamente diferente da parte institucional, então aos poucos estou me adaptando", ressalta o profissional, que recebeu o convite dos executivos de marketing e de futebol do Grêmio, Beto Carvalho e Klauss Câmara.
Dificuldades da profissão
Fazendo um balanço de tudo que passou em mais de 20 anos de jornalismo, Neves faz questão de destacar as dificuldades enfrentadas por quem escolhe a profissão. Para ele, o principal desafio do jornalismo, hoje, é o mercado de trabalho competitivo. "Tenho ciência de que é muito difícil, principalmente para quem está começando. Tive a sorte e o privilégio de conhecer as pessoas certas, vivenciar o mundo da comunicação e do Grêmio desde muito pequeno, antes mesmo de pensar em trabalhar na área, por ter uma família próxima ao clube", confessa.
Ele também ressalta que ter contato com pessoas do meio é um facilitador. "Tudo isso foi muito importante para iniciar dentro da comunicação. Com certeza esses contatos foram um diferencial em relação ao profissional do jornalismo que começa sem essa base de conhecimento", explica. Além disso, Neves dá um conselho: estudar e se aperfeiçoar é o caminho. "Sempre estudar, aprender, se atualizar. Principalmente nessa era de comunicação nas redes sociais, onde as coisas acontecem de forma tão rápida". A gente tem sempre que estar se adaptando e correndo atrás da máquina, para não ficar para trás, e é isso que eu gosto de fazer", revela.
Finalizando suas dicas para os profissionais que se veem atuando na área e junto ao time do coração, ele lembra que é bom nascer com características que levam à profissão, mas também é importante se "lapidar" constantemente. "Tem que ter o dom, estar no sangue, mas também tem que se aperfeiçoar e estudar muito para conseguir chegar onde quer chegar. Me sinto privilegiado, mas ao mesmo tempo precisei batalhar muito para chegar onde eu cheguei. Estou muito feliz com a oportunidade que estou tendo, pois sou um apaixonado pelo Grêmio, apaixonado pelo jornalismo e trabalho com o que amo", conclui.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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