Gente da Ulbra
Tese de doutoranda do PPGECIM foca em projeto internacional de educação
Pesquisa de Denise de Souza trata sobre desinteresse pela área de exatas
A doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM) da Ulbra, Denise Santos de Souza, com a orientação do professor Agostinho Neto, vem desenvolvendo sua tese de doutorado com foco na aplicação do projeto internacional Iris, que investiga as questões envolvendo a retenção dos estudantes nos cursos de graduação na área de ciências exatas.
Através do contato com o professor italiano do Instituto Observa Science in Society, Giuseppe Pellegrini, Denise teve acesso a materiais para compor sua pesquisa intitulada O interesse e as escolhas educacionais dos graduandos em cursos STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Segundo ela, a temática foi definida tendo em vista o perfeito enquadramento no contexto social e educacional brasileiro.
"O projeto, em si, defende a nossa existência em um mundo de tecnologias, que seguirá nesta linha como tendência. Porém, cada vez menos existe o interesse dos jovens nas carreiras tecnológicas, ou, ainda, o seu aperfeiçoamento", refletiu. Denise destaca que a ideia do projeto é trabalhar com quem ainda está na universidade, analisando os possíveis fatores que poderão fazer com que este aluno perca o interesse em seu curso.
Apesar da importância, presença e influência que a tecnologia tem na vida das pessoas, Denise aponta que o interesse e a procura por carreiras STEM pelos jovens tem sido um grande obstáculo para a sociedade. Devido a isso, a inserção em cursos superiores vem sendo amplamente incentivada em diversos países do mundo.
Possíveis fatores e tópicos de análise
Os fatores determinantes na escolha da carreira, que são foco de análise do projeto Iris, traz a teoria da autoeficácia trabalhando a propensão na busca por cursos dos quais o estudante se identifica mais. Dentro destes parâmetros, Denise aponta as questões envolvendo a conexão aluno-professor, familiar e desempenho acadêmico. "Além destas análises, também trabalhamos a questão da necessidade de igualdade de gênero em todas as carreiras, para promover uma variedade de visões dentro de cada projeto a ser desenvolvido", aponta.
Para ser aplicada no Brasil, serão aumentados os fatores de análise, que já são integrantes do projeto, trazendo as questões das bolsas universitárias governamentais ou não, gêneros e questões sociais. A princípio, segundo a pesquisadora, a abrangência do trabalho será nacional, aplicado em universidades públicas e privadas das cinco regiões do país, traçando um comparativo das perspectivas dos alunos ingressantes em cada uma.
"Iremos comparar as regiões e as universidades públicas e privadas inseridas em cada uma, trazendo questões como: um aluno que entra em uma rede privada tem as mesmas características de quem entra na rede pública?", exemplifica.
O projeto está sendo desenvolvido ao longo de dois anos e, neste tempo de produção, já foram feitos testes e traduções do questionário IRIS-Q. O modelo será o instrumento para coleta de dados investigando as prioridades, valores e experiências nas quais os jovens baseiam suas escolhas educacionais. A próxima etapa de desenvolvimento do projeto começará a ser aplicada em 2020 em universidades públicas e privadas de todas as regiões do país.
Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas
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