Bianca Viegas Rodrigues, de 18 anos, recebeu premiação do diretor do campus, Leonardo Haerter dos Santos Foto: Divulgação

A 34ª edição da Mostratec, maior mostra de ciência e tecnologia da América Latina, foi encerrada no último dia 24 de outubro. Com mais de 750 projetos apresentados nos três dias de evento, a edição deste ano ficará marcada especialmente para duas pessoas que ganharam prêmios que podem mudar suas vidas, por meio da tradicional parceira que a Ulbra mantém com a organização da Mostratec. O Prêmio Ulbra de Incentivo à Pesquisa e Inovação contemplou dois trabalhos com bolsas de estudos.

A bolsa de graduação em um curso superior de tecnologia (CST) presencial foi entregue a uma aluna do ensino médio, no dia 25, e uma bolsa de pós-graduação a distância (EAD), no dia 24, a uma professora do ensino fundamental. As premiações fazem parte de um convênio de cooperação firmado entre a Ulbra e a Fundação Liberato, organizadora do evento. O objetivo é estimular a participação da comunidade escolar em mostras científico-tecnológicas.

De acordo com o diretor do campus Canoas, Leonardo Haerter dos Santos, "a melhor forma encontrada pela Instituição de premiar os trabalhos realizados foi entregar algo que vá agregar na formação profissional do aluno e do professor". Para Haerter, a Universidade poderia dar um bem material, mas o conhecimento é algo que ninguém pode tirar da pessoa premiada. "É o tipo de coisa que contribui com a sociedade e com o progresso da ciência", completou.

Dos trabalhos vencedores, um foi realizado por Bianca Viegas Rodrigues, de 18 anos, aluna da Escola Sesi de Ensino Médio Arthur Aluízio Daudt, de Sapucaia do Sul. Ela apresentou seu projeto TUBICOS: Tubetes Biodegradáveis Compostáveis - Uma Alternativa Sustentável e Economicamente Viável para Minimizar os Impactos da Plantação de Mudas de Eucalipto. Foi a terceira participação da jovem, mas a primeira vez que inscreveu um trabalho individual na Mostratec. A paixão pela iniciação científica, segundo ela, se deu pelo incentivo das professoras de Química e Biologia. "Gosto da possibilidade de solucionar um problema através do desenvolvimento de algo novo e isso me motiva cada vez mais a me envolver nesta área", disse Viegas.

Já o segundo trabalho premiado foi da professora Raquel Eveline da Silva, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Paul Harris, de São Leopoldo. A docente obteve o resultado por sua orientação em um trabalho sobre Energia Eólica, desenvolvido por crianças de 7 a 8 anos, do segundo ano do ensino fundamental. Segundo ela, "trabalhar com iniciação científica, pesquisa e projeto desde a alfabetização reforça a significação e a importância da leitura, escrita e aquisição do raciocínio lógico para o processo ensino-aprendizagem e conhecimentos gerais dos diversos campos do saber".

Professora quer aproveitar a oportunidade de aperfeiçoamento

Completando 31 anos de magistério, a professora Raquel Eveline da Silva sempre trabalhou com anos iniciais do ensino fundamental. Para ela, receber a premiação após tantos anos de dedicação "é muito gratificante e um grande incentivo ao trabalho pedagógico". E não foi a primeira vez que a docente foi premiada no evento. Em sua terceira participação, Raquel também teve bons resultados em 2013 e 2016. "Na primeira vez, obtive duas premiações com uma turma do 5º ano; na segunda vez, foi uma premiação; e agora, além da premiação da Ulbra, conseguimos o primeiro lugar na nossa categoria, com turmas do 1º ao 3º ano do ensino fundamental", contou.

O reconhecimento é fruto de uma metodologia que vem sendo aplicada desde o início dos anos 2000. "Foi algo que conheci na minha graduação em Pedagogia e, a partir de 2013, passei a associar à iniciação científica. Desde então, utilizo-a em todas as turmas que atuo. A participação nas feiras é uma consequência desse trabalho", explicou a professora, que já sabe qual pós-graduação pretende cursar. "Me interessei pela Gestão e Docência no Ensino Superior", adiantou.

O início de uma trajetória promissora

Os últimos três anos foram de muito trabalho para Bianca Viegas, aluna do 3º ano do ensino médio premiada pela Ulbra, durante a Mostratec 2019. De acordo com a jovem, ainda é difícil acreditar que conseguiu ganhar o prêmio. "Jamais imaginei, mas com certeza terá um impacto grandioso no meu futuro. Bolsas de estudos e outras premiações como essa motivam os alunos a pesquisarem e irem além do esperado. Isso tudo abre inúmeras portas, profissionais e acadêmicas", destacou a jovem, que também recebeu uma oportunidade de emprego como cotista da empresa Globo Inox.

Além do trabalho premiado na 34ª Mostratec, Bianca apresentou outros dois trabalhos em edições anteriores. O seu primeiro projeto, intitulado Incorporação de Fibras Vegetais no Reaproveitamento de Papel: Trabalhando o Reuso de Resíduos na Escola, acabou conquistando o 4º lugar na área de Gerenciamento do Meio Ambiente, que lhe credenciou para o Ferocit, em Rondônia, e também para a Copa Science, no México. No ano seguinte, o projeto apresentado foi a Utilização da Polpa Celulósica com Incorporação de Babosa e Cascas de Arroz para a Produção de Materiais Destinados à Construção Civil.

Sobre a experiência vivida nos três anos em que participou, a estudante ressaltou a importância de passar por momentos assim. "É algo que todo jovem deveria viver durante sua formação escolar. As pesquisas me deram um retorno lindo e eu gostaria que todos tivessem essa oportunidade. Agradeço também aos meus pais pelo apoio de sempre, pois sem eles nada disso seria possível. Foi muito gratificante participar, adquirir conhecimento e fazer inúmeras amizades. Sou muito agradecida por poder construir isso nos anos em que estive na feira", completou Bianca, que ainda está em dúvida na escolha do curso, mas demonstrou interesse por Gestão Financeira e Processos Gerenciais.

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS