FIC
Ulbra sedia, pela primeira vez no RS, Festival de Inovação e Criatividade
Projetos baseados na experimentação criativa atraíram o público
A Ulbra abre suas portas, nesta terça e quarta-feira, 29 e 30 de outubro, para o Festival de Inovação e Criatividade (FIC), evento que integra a agenda da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, parceria desenvolvida entre o Programaê e o MIT Media Lab. Coordenado pela docente do curso de Ciência da Computação da Universidade, Fabiana Lorenzi, o projeto tem como foco a promoção da criatividade a partir de práticas diferentes de ensino.
Fabiana conta que o FIC busca estimular os projetos realizados com paixão, compartilhando-os com pessoas e promovendo a experimentação a partir de brincadeiras. "A ideia de trabalhar com este tipo de aprendizagem é a utilização dos 4 p's: project, passion, people and play", finalizou.
O evento é o primeiro de seu gênero a ser realizado no Rio Grande do Sul, através de uma união entre a Ulbra, Universidade Federal de Pelotas e o Instituto Federal do RS, campus Porto Alegre, e acontece no saguão do prédio 16 do campus Canoas. Os projetos apresentados foram desenvolvidos por estudantes tanto do ensino fundamental e médio, quanto dos cursos de graduação.
Conheça alguns projetos apresentados no FIC
Scratching
Acadêmico de Ciência da Computação da Ulbra, Marcos Defendi iniciou a projeção de seu trabalho de conclusão de curso a partir da plataforma scratch, software que utiliza lógica, som e imagem para o desenvolvimento de histórias, animações e jogos. A partir disso, o estudante criou um programa de computador que simula conversações, o chatbot, capaz de sanar as dúvidas de acadêmicos que se utilizam do scratch fora das salas de aula.
Marcos defende a ideia de que o principal conceito da ferramenta é fomentar a aprendizagem criativa. "Não há um jeito certo ou errado de fazer, o professor tem a possibilidade, a partir do chatbot, de te mostrar qual a melhor forma de realizar cada projeto, e tu vai descobrindo sozinho a partir da experimentação", explicou.
Além da possibilidade de utilizar o programa de conversação, o usuário, ao se cadastrar na plataforma scratch, a partir do TCC de Marcos, é criado automaticamente um perfil em um espaço de compartilhamento de dúvidas e experiências, onde estão todos os usuários e professores do aplicativo.
PIPE
Desenvolvido pela professora do curso de Sistema para Internet do IFRS- Porto Alegre, Karen Borges, o PIPE teve motivação em sua percepção sobre o alto custo dos jogos de lego utilizados para incentivar a aprendizagem infantil. "As escolas públicas muitas vezes não tem dinheiro para adquirir esses materiais", disse ela, que a partir desta observação iniciou uma busca por materiais alternativos, de baixo custo, que pudessem substituí-los.
''Na época eu estava começando a fazer algumas experiências com sucata, iniciei fazendo com papelão, mas devido a sua pouca durabilidade, cada vez precisava ser feito mais e não se tornava viável", justificou. Após algumas pesquisas, a professora descobriu o grande potencial que o acetato poderia ter neste projeto, iniciando com a utilização dos filmes de raio-x, compostos principalmente pelo material químico em questão.
O projeto caracteriza-se, basicamente, pela utilização de canudos plásticos e os filmes, construindo formas geométricas a partir do encaixe de peças. Karen ainda destacou a importância sustentável do trabalho, que incentiva a reutilização dos canudos na construção de materiais de aprendizagem criativa.
Iniciado no ano de 2017, o projeto foi apresentado na gincana anual de uma escola do bairro Petrópolis, em Porto Alegre, lançando um desafio de construção de pontes. Atualmente se estuda a assinatura de um convênio com a prefeitura da capital para, efetivamente, implementar esses materiais dentro de escolas de ensino fundamental do município.
Ataque Kids de Dobradura: programação com criatividade
"Gosto deste projeto porque cresci com meu primo que gostava muito da série de mangá Naruto, e quando eu pedi para o meu pai me mostrar como fazer uma shuriken de papel (arma de arremesso de origem japonesa), começamos a criar junto fazendo dobraduras'', contou Raul Greff, de seis anos de idade, que era acompanhado pelo pai, Guaraci Vargas Greff, na apresentação de seu projeto de programação a partir da aprendizagem criativa.
Professor e mestrando em Informática na Educação, Greff apontou que a sua percepção anterior ao desenvolvido do projeto foi a dificuldade que seus alunos apresentavam no entendimento de linguagem da programação e algoritmos. A partir disso, e conhecendo o movimento mundial voltado à criatividade, iniciou um trabalho que busca estimular o fator humano e a maneira como cada aluno lida com suas afetividades, para aproximá-los dos conteúdos tecnológicos.
"Percebi que havia a possibilidade de proporcionar metodologias ativas de aprendizagem utilizando-se de um espaço de livre criatividade, através de dobraduras que refletissem o gosto pessoal de cada aluno", finalizou.
Massinha elétrica
Apresentado por Franco Wolff, acadêmico de Sistemas para Internet do IFRS, de Porto Alegre, o projeto tem como foco criar um circuito elétrico que, em vez de fiação, utiliza-se de massinha de modelar, confeccionada a partir de materiais não tóxicos. O sal, composto indispensável na composição da massa, é o condutor de eletricidade que, em contato com o meio líquido, é capaz de despender uma carga de energia e acender a lâmpada de led, inserida na massinha.
Fabrício Rodrigues, aluno do 6° ano da escola Nova Sociedade, de Nova Santa Rita, contou que a curiosidade lhe fez experienciar o projeto. "Estou achando essa experiência muito legal, vi o moço mexendo na massinha e fiquei muito curioso. Aí vim aqui conhecer um pouco mais e estou adorando". Ao final, Wolff destacou a importância destes projetos, que envolvem a participação, para estimular nos jovens a vontade de aprender estes conteúdos a partir de conceitos didáticos.
Visitantes se impressionam com o Festival
Acadêmico de Administração da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, Mateus Souza diz que o evento é muito diferente do que está acostumado diariamente, mas se impressiona com a estimulação de criatividade exposta no festival. ''Para mim, deveria haver um curso específico para incentivar a parte criativa, principalmente nos quesitos de informática, onde o pessoal tem bastante dúvida. Seria uma grande experiência o professor ter ferramentas para estimular o conhecimento que se aproxime da realidade do aluno", sugeriu.
Já para a estudante de terceiro ano do ensino médio da Escola Nova Sociedade, em Nova Santa Rita, Angélica da Silva, o espaço é um grande promovedor de talentos. "Eu acho muito interessante e gostaria muito que a minha escola tivesse essa sensibilidade de ensinar aos alunos de uma forma muito mais didática, que estimula o conhecimento e a criatividade. Além disso, acredito que esse tipo de projeto estimula muito nas descobertas de futuro, pesquisa e talentos, que podem ser aprofundados mais tarde", concluiu a jovem.
Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas
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