Saúde
Ulbra se junta à Prefeitura de Canoas para testes de HIV e sífilis
Em 2018, boletim epidemiológico apontou índices alarmantes
O aumento significativo das taxas de infecções sexualmente transmissíveis (IST) no Rio Grande do Sul fez com que a Ulbra e a Prefeitura de Canoas reunissem esforços nesta quarta-feira, 23, em uma ação de conscientização e de testes rápidos para detecção de HIV e sífilis. O grupo Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) é responsável pela atividade que iniciou às 16h e se estendeu até 21h30min, nas salas 143, 144 e 145 do prédio 1.
Para realizar os testes de hoje, uma equipe de 11 pessoas foi mobilizada, entre profissionais da saúde do município, professores e alunos dos cursos da área da saúde da Ulbra. A professora Miria Camargo acompanhou os atendimentos e falou sobre a importância acadêmica e científica da ação. "Além da parte prática, esses momentos são importantes para a produção científica e acadêmica. Daqui, diversos artigos tomarão forma e serão publicados pelos alunos", explicou a docente.
Representando os profissionais de saúde do município, a enfermeira Rosana Sperb ressaltou que a ação é apenas uma das diversas que são promovidas mensalmente pela Secretaria de Saúde da cidade. Segundo ela, todos os cidadãos têm a possibilidade de ir a uma das 28 unidades básicas de saúde (UBS) de Canoas para realizar exames como esse e de outros tipos de ISTs. "É um esforço contínuo para reduzir essas taxas. Temos uma dificuldade com o número de equipes para atender, então é fundamental essa parceria com a Ulbra", destacou a profissional. De acordo com ela, 200 agentes de saúde foram capacitados e, em breve, será a vez dos enfermeiros e técnicos em enfermagem.
Números de infecções sexualmente transmissíveis subiu rapidamente
Os números da sífilis no Rio Grande do Sul e no país são alarmantes. Atualmente, o estado ocupa a primeira posição em número de casos de sífilis adquirida, que é transmitida durante o sexo (anal, vaginal ou oral). São 135 casos para cada 100 mil gaúchos, segundo dados divulgados pelo Boletim Epidemiológico da Sífilis de 2018. A média nacional está em 58 casos por 100 mil habitantes.
No caso do HIV, o Rio Grande do Sul apresentou queda de 30%, ficando em 29,4 casos por cada 100 mil habitantes. Ainda assim, a taxa é a terceira maior do país, atrás apenas de estados mais pobres da federação, como Roraima (36,7) e Amapá (29,7). Para piorar a situação, estima-se que 50% das pessoas que vivem com o HIV não tomem os remédios antirretrovirais, fazendo com que o estado lidere o ranking de mortalidade decorrente do HIV.
Alunos aplicaram o teste rápido
Na linha de frente da atividade, os alunos que compõem o PET-Saúde vivenciaram ao máximo a experiência de saúde coletiva. Eles ficaram encarregados de aplicar o teste de detecção de HIV e sífilis. A aluna Marina Klein foi uma das estudantes que se propuseram a fazer o atendimento. Para ela, a participação nas ações do PET-Saúde agregam não só ao currículo profissional, mas também à vivência pessoal de cada aluno. "É importante para sabermos trabalhar de forma interdisciplinar, em equipe", observou a jovem.
Questionada sobre a relação que se estabelece no grupo e a aprendizagem nas atividades, Marina destacou que é uma experiência necessária para qualquer profissional da saúde e que os diferentes cursos acabam se complementando no atendimento, fazendo com que o trabalho flua da melhor forma. "Cada um contribui com aquilo que tem de melhor e de acordo com a sua formação. É algo que todo aluno deveria passar antes de concluir a graduação. Você sai mais preparado para os desafios da profissão", ressaltou.
Como é o teste
Segundo a professora do curso de Farmácia da Ulbra Canoas, Mariana Brandalise, o teste-rápido para a detecção da sífilis é semelhante ao aplicado para a identificação do HIV. Primeiramente, é coletado uma pequena amostra de sangue (gota), retirada de um dos dedos do paciente, depois a amostra coletada é colocada no dispositivo que faz o teste rápido.
Esse dispositivo, contém um reagente específico para a identificação de possível contaminação pela doença. A leitura do teste é bastante simples, caso o visor de leitura aponte uma única linha, o resultado é não reagente, ou seja, negativo. Já se o visor apontar duas linhas, significa que o teste rápido é positivo. Nesse caso o paciente será orientado a realizar exames laboratoriais mais detalhados.
A sífilis é uma infecção sexualmente transmitida por uma bactéria. Além da via sexual a transmissão pode acontecer pela transfusão de sangue contaminado. Mulheres grávidas que possuem a doença podem passá-las para o bebê durante a gestação ou na hora do parto.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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