Bruno Veber apresentou estudo com grande potencial farmacológico para pessoas com autismo Foto: Leonardo Magnus/Ulbra

A abertura da 28ª Jornada Acadêmica do curso de Ciências Biológicas teve de tudo um pouco. Com direito a apresentação musical e performance de dança de alunos do Colégio Estadual Marechal Rondon, o clima no auditório B do prédio 14 não poderia ser melhor, na noite desta segunda-feira, 21. O evento é promovido pelo Centro Acadêmico de Biologia (Cabio) e conta com uma programação repleta de palestras e uma noite de debates na mesa redonda.

Responsável por realizar a abertura da Jornada, o presidente do Cabio, Marcelo Leal, destacou a escolha das palestras de forma participativa. "Todos os alunos preencheram formulários com ideias de atividades e palestras que seriam do seu interesse. Nos baseamos nisso para escolher os convidados e as atividades da Jornada Acadêmica", contou o jovem, que também distribuiu brindes durante o evento, além de presentear os convidados em nome do Centro Acadêmico.

A coordenadora do curso, Márcia de Vargas Kober, esteve presente no primeiro dia da Jornada Acadêmica. Ela enalteceu o trabalho realizado pelos alunos e ressaltou a importância das atividades para a formação dos futuros biólogos. "Engrandece a formação deles. É fundamental essa participação em eventos da área e buscar conhecimento com profissionais que estão fazendo pesquisas relevantes", disse a docente.

As palestras do primeiro dia de Jornada Acadêmica

O primeiro convidado a subir ao palco foi Bruno Veber, mestre pela Universidade Federal de Rio Grande (Furg). Ele apresentou a pesquisa que está fazendo sobre genes com variantes que podem mudar o comportamento social e os processos fisiológicos de primatas, chamados de Macacos do Novo Mundo. Segundo ele, a variação do hormônio oxitocina nas espécies pode alterar até mesmo a capacidade gestacional de uma espécie para outra. "Uma espécie pode ter gêmeos com mais facilidade, por exemplo, enquanto outra pode se limitar a um filhote por gestação", explicou Veber.

Na sua pesquisa, o agora doutorando realizou testes genéticos, in vitro e in vivo, neste caso utilizando ratos de laboratório. A análise consistiu em observar os comportamentos atípicos e identificar as reações nos animais. De acordo com o pesquisador, o estudo abre portas para possíveis aplicações na indústria farmacêutica. "Já estão sendo conduzidos alguns estudos para a utilização da oxitocina em fármacos, como em remédios que possam ajudar crianças com autismo, melhorando a questão comportamental", informou.

Já o segundo convidado, Jonas Wolf, falou sobre Bioinformática aplicada à reconstrução evolutiva de microrganismos. Esse tipo de estudo ainda é considerado novo no meio e aponta boas perspectivas de mercado para os biólogos. Além disso, permite que o profissional a utilize em diversos tipos diferentes de estudos. "No meu doutorado, por exemplo, eu tenho traçado a rota evolutiva do vírus da Hepatite B, mas essa ferramenta pode ser aplicada no estudo de bactérias, mamíferos e outros microrganismos como protozoários e fungos. Qualquer microrganismo com material genético pode ser avaliado", explicou o doutorando em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde.

As palestras e demais atividades da 28ª Jornada Acadêmica de Biologia continuam acontecendo nesta terça-feira e vão até a quinta-feira, dia 24. Você pode conferir abaixo a programação completa com os horários.

Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS