Semana da Pessoa com Deficiência
Acadêmicos de Medicina Veterinária refletem sobre reabilitação animal
Egressa compartilhou em palestra métodos de tratamentos eficazes
A programação da 6ª Semana Ulbra da Pessoa com Deficiência trouxe uma abordagem diferenciada nesta edição. Através da palestra Reabilitação Animal, realizada no dia 5 de setembro, acadêmicos do curso de Medicina Veterinária puderam fortalecer seus conhecimentos sobre o tratamento de cães e gatos com necessidades motoras reduzidas.
Realizada no auditório do Hospital Veterinário, a palestra foi ministrada pela veterinária Mirele Fuhr. Egressa da Instituição, Mirela trabalha na rede Mundo à Parte, clínica especializada em fisioterapia, acupuntura e reabilitação motora de cães e gatos. A profissional coordena as atividades da unidade Novo Hamburgo e da franquia Zona Norte, em Porto Alegre.
No encontro, foram discutidas a questão de dor crônica e reabilitação tanto nos membros superiores quanto inferiores, além de cuidados com displasia, ruptura de ligamento e do uso de bandagens e cuidados pós-operatórios que visem à diminuição da dor através de tratamentos que potencializem o bem-estar animal.
Melhora comprovada
Dentre os quatro casos de melhora clínica apresentados aos alunos, estava o de sua gata, carinhosamente nomeada Três Quartos de Caco. Três Quartos, que passou por uma amputação de uma das patas, após a cirurgia, já demonstrava disposição e energia. "Quando a liberaram, já tive que correr atrás dela pelos corredores do hospital. É muito gratificante quando o tutor nos contata relatando essa melhora e que o animal já consegue se locomover ou fazer suas necessidades com maior facilidade", conta confiante.
Mirele também comentou do seu papel nos tratamentos e da importância do diálogo no meio acadêmico. "Falar sobre fisioterapia animal - um tópico ainda pouco abordado no meio - é muito importante. Os colegas veterinários, às vezes, não sabem o momento certo de recomendar o tratamento. Uma das partes do meu trabalho é ir nas clínicas e poder ajudar repassando orientações, além de oferecer parcerias", conta.
Novos tempos na reabilitação
Junto aos alunos, o momento foi acompanhado pelo professor Renato Pulz, que também agregou ao momento de troca contextualizando, além dos avanços na reabilitação animal nas últimas décadas, a questão da acessibilidade, também, aos tutores.
"Na minha geração, há uns 20 anos, os pacientes eram condenados à eutanásia por falta de boa vontade do profissional ou falta de informação. Para o veterinário, vai surgir um mercado promissor. Assim como existem creches de bichos, também surgirão asilos animais totalmente adaptados. Lá, será possível a internação e cuidados diários desses quadros clínicos", projeta.
O aluno do terceiro semestre de Medicina Veterinária, Lucas dos Santos Monteiro, compartilhou a experiência de reabilitação de sua cachorrinha Pug, a Róli, que teve necrose femural logo filhote. "Ela começou a mancar com 7 meses e, após levarmos ao veterinário, já nos foi instruída à cirurgia. Me recomendaram, na época, fazermos massagem e ela acabou se recuperando em poucas semanas", lembrou o acadêmico.
Thierre Cósta
Estagiário de Jornalismo da Ulbra Canoas
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