O professor Leandro Cordioli trouxe a obra de Sófocles e leu algumas partes durante sua apresentação Foto: Leonardo Magnus/Ulbra

Na última sexta-feira, 15, os cursos de Direito e Teologia da Ulbra se reuniram no auditório 217 do prédio 1. Ministrado pelos professores Mário Fukue e Leandro Cordioli, esse projeto de extensão teve como base a proposta de um debate interdisciplinar acerca da tragédia grega.

Segundo Fukue, pastor e professor do curso de Teologia, Antígona é uma peça que debate o valor de dignidade da pessoa humana, além de ser uma discussão relevante a respeito da relação entre a lei natural e a lei jurídica promovida pelo Estado. "Antígona faz o debate se existe uma lei natural, ou uma lei absoluta, e como agir em relação a ela, quando a lei de um governante entra em conflito com o que julgamos que ela seja", afirmou o docente.

Já o professor de Direito, Leandro Cordioli, destacou que a obra de Sófocles é relevante por discutir os limites da lei humana, colocando os alunos a questionar se há alguma lei divina que se sobreponha à justiça dos homens. "Essa tragédia, para o curso de Direito, é importante por colocar os alunos numa situação de questionar se a lei humana pode regular as coisas para além da morte", disse o advogado.

O que diz a história

Antígona é uma obra escrita pelo dramaturgo grego Sófocles, em 442 A.C, que aborda temas como dignidade humana, existência de uma lei divina e até que ponto as leis humanas podem ser absolutas.

A narrativa conta a história de uma mulher que desafia a decisão do Rei de Tebas, Creonte, que a proibiu de sepultar o irmão falecido em guerra. Antígona, ao contrariar essa sentença e apresentar ao Rei a ideia de que existe uma lei divina que se sobrepõe à lei humana, é condenada a passar o resto de seus dias em uma caverna.

Emily Bilhan
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas