Gestão de crise
Psicologia traz palestra sobre assistência a emergências e desastres
Últimas tragédias no país pautaram aula inaugural promovida pelo curso
Nesta quinta-feira, 14, os acadêmicos de Psicologia puderam aprofundar seus conhecimentos sobre intervenções em emergências e desastres. Assunto muito presente nos noticiários das últimas semanas, a preocupação com o atendimento pós-tragédias ainda é algo recente entre os profissionais do país.
Pensando nisso, o curso de Psicologia trouxe a psicóloga Bruna Armelin, especialista em gestão de crises. A ideia, segundo a coordenadora Maria da Graça Taffarel Krieger, foi trazer essa realidade para o ambiente acadêmico. "Nós ainda temos a Psicologia muito imersa na clínica, na situação de consultório e, cada vez mais, a atuação do psicólogo tem que ser voltada às ações comunitárias, então nós tentamos mostrar para os acadêmicos o quanto a Psicologia é importante nessa reinserção social das pessoas", afirmou a professora.
Palestrante da noite, Armelin destacou a importância de tornar mais presente a discussão sobre o tema, principalmente entre os alunos, que serão os futuros profissionais demandados em tragédias como as vistas nesse início de ano. "Muito se falava que não ia ter campo de atuação no Brasil, mas tivemos Boate Kiss, Mariana, Brumadinho, o atentado em Suzano. Ou seja, precisamos preparar os psicólogos para os atendimentos de emergência e intervenção em crise", disse a psicóloga.
Em sua fala para os presentes no auditório, a profissional trouxe exemplos de intervenções, com relatos pessoais, e deu dicas para quem possivelmente enfrentará o desafio de sair do ambiente mais tranquilo no atendimento clínico. Armelin esteve em Chapecó, durante os desdobramentos da tragédia com a equipe da Chapecoense, no final de 2016.
Alunas falam sobre relevância e ensino sobre o tema
Colegas de curso, Irma Charga e Daiana Conceição disseram que nos últimos meses ficou mais clara a necessidade do curso se adaptar e disponibilizar disciplinas mais específicas voltadas para essas situações. Acadêmicas do 7º semestre, elas percebem que o curso já iniciou esse processo. "Desde a tragédia em Santa Maria, os nossos professores, que trabalharam lá, passaram a abordar mais o assunto", constatou Irma.
Ainda usando como exemplo o caso de 2013, da Boate Kiss, em Santa Maria, a acadêmica Daiana Conceição relembrou que o assunto foi um grande desafio a ser superado durante os trabalhos dos psicólogos que foram deslocados para o local da tragédia. Na época, o tema não era recorrente nos cursos. "Os professores, que vivenciaram o ambiente pós-tragédia, disseram que havia uma demanda grande de psicólogos, mas as equipes não estavam preparadas e precisaram fazer uma intervenção entre os próprios profissionais, para que definissem como iam lidar com essa situação", destacou Daiana.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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