Pós-Graduação
Tire suas dúvidas sobre a vaga para pós-doutorado no PPGEDU da Ulbra
Bolsa é uma boa oportunidade para quem quer seguir na vida acadêmica
A pesquisa acadêmica sempre foi um dos grandes atrativos das universidades e o objetivo de muitos dos estudantes que por elas passam. No último dia 7, o Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEDU) publicou em sua página o edital de abertura de uma vaga na bolsa de pós-doutorado (PNPD/Capes). A bolsa-auxílio do programa é a maior da modalidade, possibilitando dedicação integral às pesquisas e demais atividades desenvolvidas na Universidade.
A coordenadora do PPGEDU, Iara Bonin, conversou conosco para tirar possíveis dúvidas que doutores atraídos pela oportunidade possam ter. Ela deu detalhes sobre os principais requisitos ou exigências dos avaliadores que irão decidir quem ficará por um ano no programa.
Veja a entrevista com a professora:
Ulbra - Como surgiu a vaga da bolsa de pós-doutorado?
Iara Bonin - Nós temos um bolsista, que é o Felipe Mianes, e ele está conosco há três anos. Essa bolsa é para quatro anos, ele foi o primeiro bolsista que nós tivemos. A intenção dela é desenvolver novas perspectivas e linhas de pesquisa e também fixar o recém-doutor como docente da Instituição, ajudando na co-orientação, se envolvendo na vida acadêmica, ajudando nas atividades do programa, participando de aulas no mestrado e doutorado. Normalmente, há uma rotatividade com o bolsista permanecendo durante um ano. No entanto, o Felipe vinha desenvolvendo pesquisas muito interessantes e fomos renovando o contrato dele. Por ter baixa visão, toda a discussão que ele faz é sobre como se pensa o outro como um deficiente. Então, ele tem essa perspectiva teórica sobre os estudos da deficiência e, agora, neste último ano da bolsa, o próprio Felipe achou conveniente abrir a oportunidade para outro doutor. Tudo isso em comum acordo entre nós e ele.
Ulbra - Para quem tem interesse na bolsa, necessita ter uma linha de pesquisa que convirja com os estudos realizados pelo PPGEDU?
Iara - Esse candidato precisa apresentar uma proposta de pesquisa e ela será avaliada por uma comissão, que é composta por dois professores do PPGEDU e um professor externo. Essa comissão avalia o possível impacto da entrada desse bolsista na produção do programa, pois é uma bolsa de pesquisa, então essa pessoa precisa desenvolver pesquisas e publicar. A produção dela enquanto bolsista conta muito no âmbito do próprio programa, na produção acadêmica, os artigos publicados, os capítulos de livros. Ou seja, essa pessoa precisa ter um perfil de pesquisador, ela tem que ter produções que mostrem que ela já tem experiência em pesquisar e em divulgar o conhecimento na forma de artigos.
Além disso, a intenção de pesquisa tem que estar alinhada com o campo teórico dos estudos culturais, pois a bolsa é para o Programa de Pós-graduação em Educação da Ulbra e nós trabalhamos esse campo de estudo. Dentro desse campo, nós temos três linhas: infâncias e juventudes em espaços educativos, ciência, tecnologia e currículo, e pedagogia e políticas da diferença, que era a área em que o Felipe se vinculava.
Ulbra - Qual a importância da realização de um pós-doutorado?
Iara - Para o pesquisador, é uma experiência muito importante. Até por isso essas bolsas costumam ser bastante concorridas. Existem bolsas como essa (PNPD) em várias instituições, não só na Ulbra, e ela é vista como uma excelente oportunidade para o recém-doutor que não está inserido em um programa de pós-graduação. Um dos requisitos do programa é a participação ativa no programa, ter uma sala específica para desenvolver a pesquisa e ter um computador.
Ulbra - Durante a realização das atividades do programa, o que é feito pelo doutor que receberá essa oportunidade?
Iara - O bolsista vai participar de reuniões do colegiado de professores, não ministra disciplinas sozinho, precisa da companhia de um professor responsável, mas pode entrar livremente em qualquer uma das aulas, pode contribuir nas orientações, podendo participar e entender melhor esse mecanismo da orientação de alunos de mestrado e doutorado. Ou seja, é a oportunidade de transitar por todo o universo da pós-graduação, como se fosse um docente, mas sem as responsabilidades de um. De modo geral, eles se inserem no ensino, na pesquisa, na orientação e na extensão, dependendo do perfil do bolsista e caso ele queira.
Ulbra - Quais as vantagens da bolsa de pós-doutorado oferecida pela Capes?
Iara - São várias. A possibilidade de se dedicar integralmente à pesquisa e algumas atividades pontuais do curso, pois a bolsa é de um valor que permite isso. Das bolsas-auxílio, essa é a maior, então o doutor poderá focar nesse período de aprendizagem da docência. Isso significa que ele terá condições mais favoráveis de desenvolver pesquisas e publicá-las, algo que muitos não têm. Esses benefícios são fantásticos para quem está vislumbrando a carreira acadêmica como campo de atuação. É um ambiente que te prepara, do ponto de vista teórico e metodológico, para ministrar aulas futuramente.
Ulbra - Como é feita a avaliação do bolsista de pós-doutorado?
Iara - Todo ano, nós fazemos uma avaliação da performance da atuação do bolsista. O que nós avaliamos nesse processo é o resultado dessa interação do doutor no programa, no que diz respeito ao seu diálogo com os professores, sua participação nas atividades, se aceitou os convites para ministrar aulas ou co-orientar alunos. Outro quesito avaliado é a frequência, até porque é preciso que essa pessoa se dedique integralmente às atividades, tendo em vista que, na vida acadêmica, é necessária uma presença ativa. E, por fim, o critério mais objetivo que utilizamos é o currículo. O bolsista tem que apresentar no seu currículo a sua produção durante esse período que esteve conosco. Por ter mais disponibilidade que outros bolsistas, ele tem que apresentar um bom volume de artigos durante o ano que estará realizando atividades do pós-doutorado.
Tendo em vista tudo o que foi dito, fica clara a necessidade de que, ao final do período, seja possível comparar e perceber uma diferença entre o início e o final da sua trajetória na Universidade, seja por artigos publicados ou submetidos, seja por participação em eventos, minicursos ou palestras. Se o tema de pesquisa dele for sobre educação básica, por exemplo, ele tem que se inserir por meio de trabalhos junto às escolas públicas de ensino básico, formação com professores, entre outras atividades que evidenciem que algo relevante foi realizado no pós-doutorado.
As inscrições vão somente até o dia 7 de janeiro de 2019. Para mais informações sobre o processo seletivo, acesse o edital aqui.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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