Pesquisa
Ulbra recebe coordenadora de projeto pioneiro que estuda grãos de pólen
Universidade é colaboradora da primeira Rede de Catálogos Polínicos
Nesta quinta-feira, 29, o Laboratório de Palinologia da Ulbra recebeu a visita da coordenadora da Rede de Catálogos Polínicos (RCPol), Cláudia Inês da Silva. A iniciativa público-privada surgiu da necessidade de reunir amostras e estudos sobre grãos de pólen em uma rede colaborativa, algo até então inédito. A professora e coordenadora do laboratório da Ulbra, Soraia Bauermann, foi uma das idealizadoras do projeto e é a representante da Universidade na RCPol.
Área de estudo ligada à botânica, a palinologia analisa os grãos de pólen, sejam eles de coletas atuais ou materiais fossilizados que se conservaram mesmo com a ação do tempo e da natureza. Com essas amostras coletadas, os pesquisadores podem identificar espécies de plantas e animais, tipos de mel, comportamento de insetos e diversas relações entre a vegetação e a fauna dos biomas. Além disso, no caso dos grãos fósseis, é possível reconstituir áreas que deixaram de existir, sabendo como determinada localidade era há centenas ou milhares de anos atrás.
A professora Soraia Bauermann destacou a importância do projeto criado oficialmente em setembro de 2013. Para ela, era necessário um catálogo dessa proporção, que guarda informações fundamentais para a pesquisa nacional e internacional. "Recentemente, tivemos o acidente com o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e todas as amostras polínicas foram perdidas no incêndio. No entanto, dias antes nos enviaram uma parte do material que eles tinham no acervo. Ou seja, a relevância do nosso trabalho a nível Brasil e mundo aumentou consideravelmente", frisou a pesquisadora.
Parceria público-privada que está dando frutos
Em 2015, apoiada pela Bayer BeeCare do Brasil, a RCPol recebeu o aporte financeiro da gigante farmacêutica alemã e, desde então, conta com uma rede colaborativa de instituições e pesquisadores que adicionam online os seus conhecimentos sobre os grãos de pólen. Ainda assim, a bióloga Cláudia Inês da Silva considera que o trabalho tem muito a crescer.
"Comparando a diversidade de plantas que temos e o que a gente conhece, ainda é muito pouco. Então, o nosso projeto busca conhecer os grãos de pólen dessas plantas, saber quem trabalha com palinologia no Brasil, quais os métodos utilizados, quantas coleções de pólen de referência existem no nosso país e quais as condições delas", ressaltou a pesquisadora do Laboratório de Abelhas do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo (USP).
Atualmente, segundo relato da coordenadora do RCPol, a iniciativa conta com 49 instituições parceiras e 139 pesquisadores que colaboram com as informações de seus catálogos e estudos. Jefferson Radaeski, presente no Laboratório de Palinologia da Ulbra, é um desses colaboradores. Bolsista do projeto e parte da equipe técnica da professora Soraia, ele é especialista em palinologia, fazendo um importante trabalho de descrição morfológica do pólen que vem das plantas.
Segundo ele, "os esforços já resultaram em mais de dois mil exemplares de pólen". E a colaboração não se restringe ao Brasil. A RCPol possui parcerias com pesquisadores do Canadá, Colômbia, Argentina, Bolívia, Alemanha, Espanha, França e já há acordos futuros com Chile e Uruguai, contou Cláudia Inês.
Para ter mais informações sobre o projeto, você pode acessar o site da Rede de Catálogos Polínicos. O acesso é público e gratuito.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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