Em Nome da Ciência
Combustível de fonte renovável pauta pesquisa acadêmica
Pesquisa envolve alunos da Ulbra, PUC e UFRGS
Professor do curso de Química da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), que em 2018 atingiu a marca de 30 anos de existência, Luiz Antônio Mazzini Fontoura comemora 28 anos de atuação na área. O educador, que divide seu tempo entre a docência da graduação e as aulas do Mestrado Profissional em Engenharia de Materiais e Processos Sustentáveis (PPGEMPS), trabalha também no desenvolvimento de pesquisas junto à Fundação de Ciência e Tecnologia, onde realiza estudos em síntese, análise, físico-química e tecnologia orgânica.
Em entrevista à equipe da Assessoria de Imprensa da Universidade, Mazzini falou sobre o projeto Novos Insumos e Processos Inovadores na Obtenção de Biodiesel que vem desenvolvendo na Ulbra em parceria com PUC e UFRGS.
Ulbra: O que é o biodiesel?
Mazzini: Biodiesel é um combustível de fonte renovável que tem sido utilizado ao redor do mundo em substituição total ou parcial ao diesel fóssil, utilizado em veículos de transporte de carga, como caminhões e ônibus.
Ulbra: Quais motivos o levaram a trabalhar com o biodiesel?
Mazzini: O biodiesel foi introduzido na matriz energética brasileira em 2005, época em que o Governo Federal, num movimento interministerial bastante articulado, criou projetos em todos os estados para que fossem desenvolvidos infraestrutura e recursos humanos que pudessem ajudar a indústria a se desenvolver naquele momento. No mesmo ano, a Secretaria Estadual de Ciências e Tecnologia do RS criou um grupo de trabalho com várias instituições, no qual fui convidado a participar.
Ulbra: Foi aí que o senhor resolveu trazer esta pesquisa para dentro da Universidade?
Mazzini: Com certeza! A tecnologia para obtenção do biodiesel hoje é mais ou menos consolidada. O Brasil é o segundo maior produtor deste combustível e o Rio Grande do Sul tem uma importância grande entre os estados da União, sendo a região que mais o produz. O fato é que o biodiesel ainda é um produto relativamente caro e novas tecnologias precisam ser desenvolvidas para tornar este preço mais competitivo.
Ulbra: Qual é o seu projeto dentro da Universidade?
Mazzini: Eu basicamente estou atacando duas áreas, uma é que o alto preço do biodiesel resulta na matéria-prima, utilizando muito óleo de soja e sebo bovino, que, entre as possibilidades existentes, ainda são as mais em conta. O álcool e o catalizador, empregado para acelerar a reação, são outras opções que também envolvem altos custos. Minha pesquisa compreende o desenvolvimento de novos catalizadores e a busca por matérias-primas para obtenção do combustível com propriedades otimizadas e, também, que possam resultar na substituição de outros derivados do petróleo, como querosene e óleos lubrificantes.
Ulbra: Os objetivos da pesquisa estão sendo alcançados?
Mazzini: Sim! Já temos trabalhos publicados na literatura científica e dois projetos prontos para serem transformados em patente.
Ulbra: Como funciona o projeto em si e seu processo?
Mazzini: No meu grupo de trabalho participam alunos da pós-graduação e graduação, onde, através de uma infraestrutura apropriada, buscamos por matérias-primas alternativas e fazemos reações e testes em alguns equipamentos.
O estudo realizado pelo professor desde 2005 integra os projetos desenvolvidos pela Ulbra no campus Canoas.
Confira a matéria produzida pela Ulbra TV.
Andréia Pires
Jornalista - MTb.: 17.976
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