Em nome da Ciência
Pesquisa científica avalia influência da anemia na evolução do câncer
Pacientes em tratamento recebem atenção especial no HU
No Hospital Universitário (HU), localizado junto ao campus Ulbra Canoas, no Rio Grande do Sul, pacientes diagnosticados com câncer na região da cabeça e pescoço vêm recebendo atenção extra de professores e alunos dos cursos de especialização e graduação na área da Odontologia da Universidade Luterana do Brasil.
O estudo que integra o projeto de extensão Serviço Fonoaudiológico e Odontológico de Suporte ao Paciente Oncológico, tem suas práticas realizadas em encontros semanais no Centro de Ensino e Pesquisa em Odontologia (Cepeo), onde são atendidas cerca de 30 pessoas, a cada mês.
Juliana Tomaz Sganzerla, aluna de mestrado do Programa de Pós-graduação em Odontologia (PPGOdonto) da Ulbra, onde se especializa em Estomatologia, vem trabalhando na pesquisa Investigação da Relação Anemia e Câncer de Boca: um estudo de caso-controle, sob a orientação do professor e coordenador do projeto, Sérgio Augusto Quevedo Miguens Júnior.
"Pensando na possibilidade de trabalhar situações bem específicas que acontecem no tratamento oncológico, em pacientes que passam por radioterapia e quimioterapia, este projeto de extensão, que atende de forma filantrópica há 12 anos, está focado na prevenção de doenças que podem ocorrer ao longo da evolução clínica, principalmente na cavidade bucal", adianta o orientador sobre a necessidade de se fomentar esta pesquisa.
A prática da pesquisa
O projeto de Juliana busca fazer a relação da anemia com o câncer na região de cabeça e pescoço, uma vez que esta debilidade possui um fator muito importante em relação ao sucesso do tratamento oncológico. "Os pacientes que são anêmicos, no momento do diagnóstico, acabam tendo uma menor taxa de resposta durante os procedimentos clínicos, principalmente de radioterapia, quando comparado aos doentes que não apresentam este quadro", explica a mestranda sobre o fator de maior importância deste estudo, que pretende estabelecer qual a relação do câncer com a anemia.
Ao final desta pesquisa, que deve ser finalizada no período de dois anos, será possível estabelecer se esta relação está ligada somente ao sucesso do tratamento ou possui outras variáveis que também podem estar influenciando este quadro.
A chegada dos voluntários
Sobre a formação do grupo de voluntários, a pesquisadora explica que há várias formas de chegada: "uma delas é quando eles são diagnosticados por nós mesmos no HU, de onde são encaminhados diretamente para este projeto de extensão, alguns vêm pelo serviço de oncologia e outros são indicados por profissionais da área".
A fase da coleta de dados segue até o mês de dezembro, etapa em que a aluna do PPGOdonto já pretende ter acesso aos principais resultados, mas adianta que "este projeto terá continuidade, pois, quanto mais pacientes fizerem parte da mostra, mais confiável será o resultado". Sobre as primeiras informações levantadas, Juliana explica que já é possível observar em pessoas no estágio avançado da doença um maior índice e severidade de anemia.
O interesse de trabalhar sobre este tema, segundo a mestranda, surgiu no momento do diagnóstico da doença, em que são pedidos hemogramas, antes da realização da biopsia. "Nesta fase começamos a perceber que as pessoas em estágio mais avançado do câncer apresentavam anemia, informação que deu início a nossa busca na literatura por esta relação. Foi a partir deste ponto que decidimos coletar dados em todo banco dos pacientes atuais e que continuam chegando ao Cepeo para investigar a familiaridade destes fatores".
Os atendimentos
No Centro de Ensino e Pesquisa em Odontologia, os pacientes recebem atendimento antes, durante e depois da terapia para o câncer, além de acompanhamento das condições bucais que influenciam no tratamento oncológico. "Estes enfermos precisam ser preparados, recebendo atenção odontológica antes, para que, assim, diminuam as sequelas posteriores; e durante, principalmente na radioterapia, que causa mucosite, baixa salivação e outras lesões que acontecem na cavidade bucal que são tratadas aqui. Desta forma, colaboramos para a qualidade de vida dos nossos voluntários, para que consigam atravessar esta etapa com menos problemas", finalizou a mestranda.
Clique e confira a matéria produzida pela Ulbra TV.
Andréia Pires
Jornalista - MTb.: 17.976
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