Em Nome da Ciência
Extratos de plantas medicinais poderão revestir endopróteses
Estudo foi aprovado em edital da Fapergs e tem apoio do CNPq
As doenças cardiovasculares ocupam o primeiro lugar entre as causas de morte no mundo, entre elas o desenvolvimento de enfermidades na arterial coronariana e a evolução da aterosclerose, processo patológico crônico e sistêmico caracterizado por resposta inflamatória e proliferativa da parede da artéria, que causa redução do fluxo sanguíneo.
Dentro deste contexto e de suas opções de tratamento, que englobam intervenções cirúrgicas com implantação de endopróteses coronarianas, Alexandre Barros Falcão Ferraz, docente do curso de Farmácia da Universidade Luterana do Brasil e pesquisador dos Programas de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde e em Genética e Toxicologia Aplicada, vem trabalhando no estudo denominado Desenvolvimento e Avaliação de Revestimentos para Stents a partir de Extratos de Plantas Medicinais.
O uso de endopróteses
O número de pacientes que manifestam reestenose coronária pós-introdução do dispositivo varia de 10 a 30%, índice que deu origem aos stents farmacológicos (rapamicina e o paclitaxel), ou seja, endopróteses com propriedades antiproliferativas que agem diretamente sobre a progressão do ciclo celular impedindo a proliferação desordenada das células constituintes do vaso.
O desenvolvimento de alta tecnologia destes aparelhos não impediu que houvesse falhas no processo, uma vez que apresentam limitações e inconsistências ao longo do tempo, como o surgimento de processos inflamatórios, endotelização do stent e aumento do tempo de uso de antiagregantes plaquetários. Assim, se iniciou a busca por produtos farmacológicos baseados em constituintes naturais, que possam ser capazes de conter a proliferação celular, reduzir o estresse oxidativo e o processo inflamatório envolvido no desenvolvimento da placa aterosclerótica e reestenose.
Para isso, segundo Ferraz, foram selecionadas, a partir da flora nativa do Rio Grande do Sul, Achyrocline satureoides (marcela) e Baccharis trimera (carqueja), plantas medicinais que apresentam renomada atividade anti-inflamatória. "Cabe salientar que estas espécies são respectivamente a 1ª e a 3ª planta presente na Relação Estadual de Plantas Medicinais do Rio Grande do Sul (Replame/RS)", explica o pesquisador.
Alexandre também acrescenta que "para esse estudo, inicialmente, os extratos serão fitoquimicamente caracterizados e toxicologicamente avaliados in vitro. Posteriormente, os stents serão recobertos com os extratos vegetais e avaliados angiograficamente quanto à capacidade de inibir a reestenose em porcos, procedimento que será realizado pelos parceiros da Biocor".
Nesta etapa do estudo in vivo, será observada pelo período de 28 dias, onde, após uma nova análise, poderá ser verificado se houve uma melhor proteção para o fechamento da artéria comparado com os stents sem os extratos.
"Se observado que o uso das endopróteses com estes componentes é seguro, prevenindo a oclusão das artérias, será iniciada uma nova fase de pesquisas até a obtenção de um novo produto para uso humano", acrescentou o docente.
O estudo contemplado com 84 mil reais do Programa Pesquisa para SUS: gestão compartilhada de saúde (PPSUS), organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul no ano passado, foi aprovado pelo edital da Fapergs/MS/CNPq/SESRS nº 3.2017, além do apoio do Decit/SCTIE/MS.
Confira a matéria completa produzida pela Ulbra TV.
Andréia Pires
Jornalista - MTb.: 17.976
Tags
Notícias relacionadas
Últimas notícias
-
20
NOVCultura Orquestra da Ulbra apresenta Clássicos do Samba com a cantora Roberta Sá -
19
NOVSAÚDE E BEM-ESTAR Estudantes de Medicina recebem alunos do Ensino Fundamental na Ulbra -
19
NOVComunicação em destaque Ulbra entre os finalistas do Salão ARP 2024 -
15
NOVEDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Ulbra Xperience mostra inovações para acessibilidade de estudantes