Aula inaugural da Computação
"Os robôs podem melhorar a nossa qualidade de vida", diz docente
Tema foi abordado na Ulbra pelo docente Edson Prestes, da UFRGS
Já imaginou ter um robô como colega de trabalho? E se ele lhe ajudar nas tarefas domésticas ou mesmo lhe servir como uma companhia nos momentos mais solitários? Parece coisa de filme, mas existe um consenso que, num futuro nem tão distante, humanos e robôs viverão lado a lado. A questão é quais os impactos positivos e negativos que essa "relação" provocará na vida das pessoas.
Para tratar sobre o tema, a Ulbra recebeu nesta quinta-feira, 23, na aula inaugural dos cursos de Computação, o professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Edson Prestes. Recentemente, o docente, que é líder do Phi Robotics Research Group, co-chair do Grupo de Pesquisa em Robótica Inteligente e Visão de Computação e bolsista de produtividade CNPq, foi convidado pelo secretário-geral da ONU, António Guterrez, para integrar um grupo de especialistas do mundo todo que irão traçar estratégias para lidar com as consequências dos avanços da tecnologia.
Nessa entrevista exclusiva concedida antes da palestra, o professor fala quais são as principais questões éticas que precisam ser consideradas no desenvolvimento desses robôs.
Ulbra - Como os robôs podem afetar a forma que estamos vivendo hoje?
Edson Prestes - Os robôs podem afetar de diversas maneiras, de forma negativa e positiva. Se eles não forem sensíveis aos valores humanos, eles podem levar, por exemplo, a uma dependência, podem levar a uma mudança de cultura, mudança de valores, podem levar ao desemprego em massa, a criação de máquinas que podem tomar decisões, e outras coisas. Se a gente olhar para os robôs dessa forma, sem olhar nas possíveis consequências e os impactos negativos dele, a gente nunca vai ter uma sociedade que possa tirar o melhor dessa área. Existem iniciativas globais que pensam justamente quais são os desafios hoje para se ter um futuro próspero onde possamos tirar melhor proveito da tecnologia.
Ulbra - Uma dessas iniciativa é o grupo internacional que o senhor integrará à convite da ONU?
Prestes - Sim! Recebi o convite da ONU através do secretário, António Guterres. A primeira reunião virtual será na sexta-feira (24 de agosto). Ainda não sabemos como vai funcionar o grupo. Estão marcadas no mínimo duas reuniões presenciais, uma reunião na ONU, em Nova Iorque, e outra em Genebra. Enquanto isso, vamos ter reuniões periódicas por vídeo-conferência. A ideia é propor estratégias para o mundo digital, ou seja, como fortalecer a cooperação e como tirar o melhor proveito possível.
Ulbra - Na prática, como é possível tirar proveito do desenvolvimento dos robôs?
Prestes - Podemos tirar proveito de diversas maneiras. Desenvolvendo robôs que possam melhorar a nossa qualidade de vida, robôs que podem levar a um acesso universal de educação, ao um acesso universal de sistema de saúde, onde possamos promover o florescimento do ser humano, criar um ambiente sustentável, agricultura sustentável, aproveitar mais o solo e a colheita. Robôs para cuidar de idosos e robôs para operações humanitárias.
Ulbra - Hoje, no Brasil, como está o desenvolvimento dessa área?
Prestes - No Brasil o trabalho está engatinhando. São pouquíssimos especialistas na área de robótica e é uma área que passa por todas as outras. Para discutir aspectos éticos, tenho que pensar em diferentes tipos de pesquisadores. Quando falo de dependência tenho que imaginar um psicólogo pensando nos impactos da tecnologia. A gente pensa que não existe dependência, mas tem. Os robôs vão estar interagindo conosco e eles devem estar alinhados a nossa cultura, ao nosso jeito. Nessa conversa, por exemplo, estamos estabelecendo um contato visual. Na nossa cultura esse contato não é agressivo, mas em determinadas comunidades pode ser considerado um sinal de agressão, então, é necessário que tenha um especialista para estudar isso.
Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219
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