Refugiados do Mercosul
Conferencista do curso de Direito defende integração dos povos
Marco Antônio Miranda Guimarães palestrou na aula inaugural do curso
O mundo não é mais como era antigamente. E vem mudando com muita velocidade. Se no passado a busca dos países era pelo isolamento e pelo distanciamento econômico e social com outras nações, os caminhos na atualidade tendem a seguir por outros trilhos. Isso foi o que defendeu, na noite desta quarta-feira, 15, durante a conferência magistral do curso de Direito da Ulbra, o advogado Marco Antônio Miranda Guimarães.
Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na seccional RS, vice-presidente da Comissão de Relações de Integração do Mercosul, com atuação há mais de 40 anos em Direito Internacional e autor de 20 livros na área, o convidado falou sobre a tendência mundial de integração dos povos no encontro que teve como tema Refugiados do Mercosul. "Hoje vamos conversar sobre imigração em massa e sobre a nossa preocupação se voltar para as tendências atuais do comércio internacional e do trânsito de pessoas, seja ele legal ou ilegal, obrigatório ou alternativo", elencou.
Apontando a integração dos povos como uma das principais intenções e metas do Mercosul, o especialista destacou que a tendência vem sendo demonstrada através do relacionamento entre os povos. Os que antes viviam brigando, têm se unido para formar blocos econômicos e criar leis para eliminar legislações que desobstruam o caminho da integração comercial, de serviço e de pessoas.
"É preciso acabar com as diferenças e ter crença nos indivíduos de outras nações, promovendo um trabalho de cooperação", justificou. O advogado ainda lembrou da contribuição dos imigrantes na transformação positiva do Brasil. "Alguém duvida que cidades como Caxias do Sul, Novo Hamburgo, São Paulo, entre tantas outras pelo país surgiram dos imigrantes? Hoje, o que queremos é que angolanos, haitianos, venezuelanos se incorporem ao Brasil e não o fechamento de fronteiras", salientou. Ao longo da palestra, o convidado ainda apresentou números da imigração em nível mundial.
Reflexão sobre os direitos humanos
De acordo com a coordenadora do curso, Alessandra Mizuta de Brito, o tema foi escolhido com o objetivo de oportunizar que os acadêmicos possam sair da Universidade formados não só de conhecimentos técnicos, mas também de valores de direitos humanos.
A temática também marcou as comemorações dos 30 anos da Constituição Federal, dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e dos 60 anos da declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Além de Alessandra, ao lado do convidado, formaram a mesa da conferência os professores do curso Paulo Régis Rosa e Carolina Saraiva.
Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219
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