Fundador da Lebes
Em palestra na Ulbra, Otelio Drebes compartilha suas histórias de vida
Aos 83 anos, empresário falou para uma plateia de alunos e professores
Como você se imagina aos 83 anos de idade? Possivelmente com uma rotina mais desacelerada e sem tantos compromissos profissionais. Pois foi justamente o contrário que o fundador das Lojas Lebes, Otelio Drebes, buscou depois de organizar o futuro da empresa e confiar o negócio ao primogênito Otelmo, em 2016. Paralelo à Presidência do Conselho Administrativo da empresa, o octagenário se dedica, desde então, a realizar palestras percorrendo o Rio Grande do Sul. Mais de 22 mil pessoas já assistiram o empresário.
Na noite desta quinta-feira, 21 de junho, foi a vez de acadêmicos e professores da Ulbra ouvirem seus valores de vida e dicas de empreendedorismo. Com realização do curso de Administração do campus Canoas para uma plateia lotada, Drebes falou sobre o início da carreira, família e o surgimento das Lojas Lebes, que hoje conta com mais de 3 mil colaboradores e 160 unidades no Estado e em Santa Catarina. Antes de subir ao palco do auditório do prédio 14, onde também cantou e tocou gaita para os convidados, Drebes nos concedeu uma entrevista exclusiva.
Ulbra - Qual foi o seu primeiro passo para a construção da Lebes?
Otelio Drebes - Isso é uma coisa que vem de pai para filho. Comecei desde cedo vendendo rapadura e um dia pensei que podia ir mais longe. Meu pai era agricultor e eu não tive muito estudo. Comecei com um armazém, depois abri um mercado. Fundamos a Lebes em 1956, tinha 21 anos nesta época. Eu acho que vem de dentro, é preciso ter DNA para isso. Se hoje me perguntarem como aprendi, não sei responder. Eu não tenho tantas ideias, mas aquelas boas eu coloco em prática. Isso para mim é o que é mais interessante.
Ulbra - Como surgiu a ideia de compartilhar suas experiências em palestras?
Drebes - Seria muito frustrante para mim se eu não pudesse passar a minha experiência que adquiri ao longo desses anos. Cheguei em um momento da minha vida que não posso parar, porque todos aqueles que param ficam velhos ou morrem. Eu queria permanecer jovem, então decidi que iria palestrar, mas não imaginei que um dia estaria aqui na Ulbra ou em tantas outras universidades. Isso me deu tanta energia que agora não quero parar mais.
Ulbra - O que o senhor considera importante para uma pessoa que sonha em empreender?
Drebes - Primeiro tem que ter vontade, mas o mais importante é a persistência. Eu acho que o ser humano se entrega fácil quando acontece algo negativo. Qualquer coisa negativa tem que servir como aprendizado e se você persistir vai conseguir chegar nos seus objetivos. Na minha cabeça, o que quero, eu consigo. Consegui conquistar tudo o que quis na minha vida. Deu trabalho? Sim, mas eu consegui.
Ulbra - O que dá mais vitalidade para o senhor?
Drebes - As pessoas. Elas que me passam isso. Eu recebo muita energia, principalmente nas palestras, eu saio energizado, feliz. Às vezes eu durmo naquela noite de tão bem que fico. Além disso, sou uma pessoa que tem muita fé, acredito em Deus, acredito que tem alguém acima de nós.
Ulbra - Como o senhor organiza as histórias que vai contar em suas palestras?
Drebes - Algumas histórias são semelhantes, mas não é a mesma coisa. A maneira como eu começo e como termino é igual, mas não são as mesmas histórias que conto. Conto as experiências de vida que adquiri durante esse tempo. Todas as histórias são verdadeiras, coisas que aprendi e pratiquei ao longo da vida.
Ulbra - Como é a sensação de falar para tantas pessoas?
Drebes - Em Camaquã, falei para 800 pessoas. Todas te olhando, é uma loucura. Isso dá uma sensação tão boa. Penso "será que todos esses espectadores estão gostando do que estou falando?". Nós sempre aproveitamos algo que é dito em uma palestra. Tenho que passar aquilo que o povo precisa, aquilo que ele precisa e gosta de ouvir. O povo está tão carente, pois só vemos notícias ruins. Não conto apenas histórias boas, mas são verdadeiras.
Ulbra - No final de maio, a Lebes lançou o prêmio Fala Professor!. De onde surgiu a ideia da premiação?
Drebes - Todas as pessoas passaram pela vida de um professor. O professor é desvalorizado e sempre vi isso com muita tristeza. Pensei em plantar uma semente para abrir os olhos da população e dos nossos administradores, porque o docente precisa ser mais reconhecido. É algo que começou este ano e que está muito acima do que eu esperava. É preciso valorizar o professor, porque, se nós tivermos educação, o nosso Brasil vai para a frente.
Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219
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