Coordenador do Núcleo de Estudo e Atenção Geronto Geriátrico da Ulbra, Paulo Consoni Foto: Marla Cardoso/Ulbra

Os dados que retratam a violência contra idosos no Brasil são alarmantes. De acordo com levantamento do Disque 100 - serviço do governo federal que oferece proteção a essa população - 26% dos idosos no país sofrem violência física e maus tratos, 51% sofrimento psicológico e 38% dano financeiro, econômico ou patrimonial. Os tipos de violência contra pessoas com mais de 60 anos passam por abuso sexual (5,3%), negligência ao vestir (22,1%), maus tratos físicos (40,7%), isolamento (44,2%), negligência à alimentação (46%), negligência à saúde (46,9%), maus tratos psicológicos (54,9%), negligência à higiene pessoal (57,5%) e abuso financeiro (59,3%). 

Buscando sensibilizar os estudantes sobre o tema, a Liga Acadêmica de Saúde Coletiva e o curso de Enfermagem da Ulbra promoveram nesta quarta-feira, 13 de junho, a IV Jornada de Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa. A iniciativa chama a atenção para 15 de junho, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa. "Encontros como esse permitem que possamos trazer dados e propor ações para a comunidade. Somente em Canoas, 12% da população é composta por idosos, por isso o envelhecimento precisa ser amplamente discutido", chamou a atenção a coordenadora da Jornada, professora Miria Camargo. 

Cidadania e os tipos de violência

A programação foi aberta com uma discussão sobre cidadania e defesa dos direitos pelo presidente do Fórum Social Mundial da População Idosa, Lélio Falcão, que apresentou informações sobre as políticas públicas voltadas para essa população. De acordo com o dirigente, desde abril deste ano o Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa está estudando o tema do envelhecimento. "Anualmente, a assembleia elege temáticas que serão aprofundadas através de audiências públicas e seminários. Neste ano, a valorização é voltada para os idosos", destacou. 

Falcão conta que a Ulbra já possui um representante da Universidade no grupo e espera contar com a parceria da Instituição para outras ações, como o 4º Fórum Social Mundial da População Idosa, que ocorre em 2019, e para a realização da 3ª Assembleia Mundial da ONU sobre Envelhecimento, marcada para 2022. "Muitas vezes as leis existem, mas é preciso torná-las públicas e esse é um dos papeis do fórum", destacou.

A Jornada seguiu com uma palestra do coordenador do Núcleo de Estudo e Atenção Geronto Geriátrico da Ulbra e coordenador da Liga de Geriatria e Gerontologia, Paulo Consoni, que abordou ou tipos e a identificação da violência contra a pessoa idosa. O professor ainda relatou a experiência do Núcleo, que existe há 1 ano e reúne, além do curso de Medicina, as graduações de Enfermagem, Serviço Social, Farmácia, Biomedicina, Fonoaudiologia e Veterinária. "Desenvolvemos atividades como campanhas de vacinação e semanalmente nos reunimos para debater assuntos científicos e estratégias de trabalho", pontuou. Nesta sexta-feira, dia 15, o Núcleo programou uma feira de saúde e prevenção da violência contra a pessoa idosa, que receberá pessoas da comunidade para um bate-papo sobre o tema e atividades lúdicas. A ação acontece das 13h30min às 17h nas quadras do prédio 55. 

Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219