Assuntos comunitários
Ação da Ulbra proporciona geração de renda para comunidade quilombola
Grupo de aposentadas do Quilombo do Areal busca apoio para nova oficina
No começo elas foram produzidas para serem entregues como troféus, depois viraram brinquedos e também serviram como porta-joias. Hoje, restam apenas duas das 30 shivas da baronesa, bonecas negras fabricadas com moldes de MDF, vestidas com trajes típicos da cultura afro-brasileira e produzidas por um grupo de aposentadas do Quilombo do Areal, comunidade que abriga descendentes de escravos, na região central de Porto Alegre.
As peças de artesanato são o resultado de um projeto de extensão, desenvolvido pela Ulbra desde o ano passado, e que busca qualificar o trabalho de 10 moradoras do local, através de capacitações sobre empreendedorismo e geração de renda. "As oficinas mudaram completamente a minha vida. Antes, eu só ficava dentro de casa e agora eu me sinto mais útil. Quando tem curso, eu sempre faço", conta, entusiasmada, Sônia Maria Figueiredo Xavier.
Residente do quilombo há mais de seis décadas, ela teve de largar o seu emprego em decorrência de uma anemia falciforme e agora ocupa os seus dias em atividades ministradas por alunos e professores dos cursos de Design de Moda, Gestão Financeira, Administração, Ciências Contábeis, Serviço Social e dos Programas de Pós-graduação em Promoção da Saúde e Educação da Universidade Luterana do Brasil.
Após a venda das bonecas, produzidas com o apoio de voluntários do CST em Design de Moda, a ex-auxiliar de serviços gerais de 73 anos e suas colegas já têm uma nova atividade em mente. A partir de tecidos de nylon e polyester de guarda-chuvas velhos e quebrados, querem confeccionar roupas e acessórios, de maneira a dar um novo destino àquilo que para os outros já não tem serventia. "Além de ser uma ação sustentável que combate a poluição em espaços urbanos, funciona como uma terapia ocupacional para elas", reflete Simone Brum Imperatore, diretora de Assuntos Comunitários da Universidade e uma das docentes que coordena a ação, elaborada em parceria com as Faculdades EST, de São Leopoldo.
Conforme a gestora acadêmica, ao menos 30 sombrinhas precisam ser recolhidas para que a oficina seja viabilizada. Mais informações sobre como doar materiais e colaborar com o projeto podem ser obtidas pelo telefone (51) 3477-4000 ramal 2760 ou através do e-mail simone.brum@ulbra.br.
Próximo passo: a elaboração de um plano de negócios
A maioria dos produtos costurados, colados, bordados e montados na sede da Associação Comunitária e Cultural do Areal vem encontrando dificuldades para serem comercializados. "Antes vendíamos bastante nas feiras que aconteciam na Fundação Pão dos Pobres. Agora que elas não acontecem mais, só às vezes sai alguma coisa", conta Sônia. Para reverter essa situação, a direção de Assuntos Comunitários, em conjunto com as graduações da área de Ciências Sociais, Negócios e Direito, quer estruturar um plano de negócios para o grupo de senhoras. "A ideia é estimular a gestão coletiva e a negociação cooperativada daquilo que elas fabricam na associação", destaca Imperatore.
Marcus Perez
Jornalista Mtb 17.602
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