Extensão
Ulbra ensina técnicas de solda para adolescentes de Canoas
Projeto Pequeno Soldador é promovido pelo curso de Engenharia Mecânica
Cleiton Arruda de Oliveira Alves hoje domina ferramentas pouco usuais para um adolescente de 16 anos. Utilizando um maçarico, ele é capaz de fazer esculturas com barras de aço e outros materiais de difícil maleabilidade. Mas nem sempre foi assim. No segundo semestre de 2017, quando começou a instalar rastreadores móveis em caminhões, Alves não sentia a segurança necessária para soldar o equipamento nos veículos de seus clientes. Foi quando, por indicação de amigos da escola em que estuda, no município de Canoas, procurou o projeto Pequeno Soldador.
A iniciativa, promovida há mais de 4 anos pelo curso de Engenharia Mecânica da Ulbra, proporciona a alunos dos últimos anos do Ensino Médio da rede pública conhecimentos sobre o uso e aplicação de materiais como plástico, alumínio, bronze, latão, aço. Nos encontros, realizados nas tardes de sexta-feira, nas dependências da Universidade Luterana do Brasil, os jovens aprendem a soldar e fabricar componentes de forma eficaz e segura, verificando a voltagem correta de ferramentas e acessórios. Tudo sob a supervisão atenta de acadêmicos e docentes da Instituição.
Conforme o coordenador do projeto, professor Antônio Flavio Aires Rodrigues, os ensinamentos transcendem o espaço do campus Universitário, permitindo que meninos e meninas carentes da região encontrem uma forma de financiar seus estudos e planos de vida. "São adolescentes que em pouco tempo deixarão o ensino médio e estarão pensando como entrar na faculdade, como financiar o estudo. Nas oficinas eles trocam experiências e colocam em prática conceitos de física, eletrônica e muito mais", explica o docente, que aposta nessa atividade para divulgar entre esse público a infraestrutura e o currículo do curso de Engenharia da Ulbra.
Para Cleiton Alves, a experiência foi mais do que gratificante. "Superei dificuldades e conquistei a confiança para desempenhar meu trabalho com mais conforto. Só tenho a agradecer aos professores. Não são muitas pessoas que ensinam um cara de 16 anos a usar um maçarico", comenta orgulhoso o pequeno soldador ao recordar do prazer que sentia ao escolher os tipos de materiais que usaria na confecção do trabalho final do curso.
Um mercado profissional em crise, mas com carência de mão de obra qualificada
Ainda segundo Rodrigues, o polo de Canoas possui forte demanda por profissionais com as habilidades e competências envolvendo o manuseio de soldas. "Na indústria do Gás e junto à Petrobrás há sempre procura por mão de obra especializada no segmento da soldagem, seja de chapas ou tubulações. A remuneração é muito boa nessa área, mas é necessária muita qualificação, pois é um campo de serviço altamente concorrido", revela o educador que, ao lado de seis universitários voluntários do programa deve visitar, em março, uma série de colégios públicos com o intuito de prospectar interessados no projeto Pequeno Soldador. Em 2017, cerca de 24 estudantes das escolas estaduais e municipais participaram das oficinas, realizadas nos dois semestres do ano. Mais informações sobre a periodicidade dos encontros e conteúdo das aulas podem ser obtidas aqui.
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