Recuperação
Ulbra colabora para a reabilitação de menino vítima de bala perdida
Arthur Pospichil foi atendido dentro da Clínica de Fisioterapia
Se tem uma palavra que pode definir 2017 para a família Pospichil, ela é superação. Ao longo de todo o ano, Micheli e o esposo Oseias batalharam pela recuperação do filho, Arthur. No réveillon de 2017, enquanto assistia a queima de fogos na frente da casa da avó, no bairro Parque dos Anjos, em Gravataí, o menino, então com 5 anos, foi vítima de uma bala perdida na cabeça. Internado na UTI pediátrica do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre por mais de um mês em coma induzido, os familiares viram o garoto ter os movimentos do lado direito do corpo comprometidos e ouviram dos médicos que ele poderia levar até dois anos para começar a se recuperar. "Foi um período de muito sofrimento e incertezas, mas logo ele pôde voltar para casa. Ficamos muito felizes, mas sabíamos que tínhamos pela frente a fase de reabilitação", recorda a mãe.
O tratamento para a recuperação começou em março do ano passado, quando Arthur passou a ser acompanhado pelo projeto de extensão Atenção Fisioterapêutica Comunitária na Infância, desenvolvido na Clínica de Fisioterapia da Ulbra Canoas. "Quando chegou, o Arthur tinha bastante dificuldade para ficar em pé sozinho e a marcha era muito difícil, mas aos poucos foi ganhando equilíbrio, resultando em uma marcha mais independente e segura", lembra a professora Bibiana da Silveira Machado, uma das responsáveis pela iniciativa na Universidade ao lado da coordenadora do projeto, professora Beatriz Paim. Durante sete meses, o paciente participou de atividades de equilíbrio estático e dinâmico, coordenação motora, balance e funções cognitivas, realizando semanalmente na clínica exercícios na água e no solo.
Resultado surpreendeu
O resultado, conta a mãe, foi surpreendente. Além de voltar a andar, correr e brincar como qualquer criança de sua idade, o menino voltou a fazer tarefas simples do dia a dia. "No começo, não tinha forças, por exemplo, para segurar o copo. Agora já consegue", celebra Micheli. A mais recente conquista do menino, celebrada pelos pais através da postagem de um vídeo nas redes sociais, foi passar a andar de bicicleta sem rodinhas. "Antes do ocorrido ele já pedalava, mas depois não conseguia se equilibrar. Agora, readquiriu a segurança", completa. O quadro também foi validado pela professora da Ulbra. "No período em que esteve conosco, a melhora foi principalmente relacionada à sua independência, associada aos ganhos de marcha. É importante a independência nessa faixa etária tanto para as atividades de vida diária quanto para as brincadeiras e tarefas escolares", explica a docente.
Ao longo de 2017, o tratamento de Arthur na Ulbra foi acompanhado diretamente por quatro acadêmicos do curso de Fisioterapia. Indiretamente, outros 15 alunos integraram o projeto de extensão. "Durante o semestre os estudantes fazem estudos de casos, avaliação dos objetivos, das condutas, a descrição da avaliação dos pacientes e suas demandas. As situações são apresentadas e debatidas, como no caso do Arthur", explicou Bibiana. Para a mãe do pequeno guerreiro, foi graças ao tratamento fisioterápico que a reabilitação foi mais rápida. "Agora o Arthur se prepara para entrar no primeiro ano na escola. Depois de tudo o que vivemos em 2017, só temos a agradecer por ter o nosso filho conosco e por ele estar bem", celebra a mãe.
Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219
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