Melhorando a oratória
"Um bom discurso pode mudar o mundo", afirma professor Cláudio Schubert
Curso a Arte de Falar Bem chega à sua 30ª edição neste sábado
Neste sábado, dia 23 de setembro, o curso de extensão a Arte de Falar bem chega à sua 30ª edição no campus Canoas. Ministrado pelo professor do bacharelado em Jornalismo da Universidade, Cláudio Schubert, o encontro ocorrerá nos turnos da manhã e da tarde, no auditório 119 do prédio 6 da Unidade.
Na ocasião, o docente, apresentador da Ulbra TV e autor do livro A arte de falar bem, dará dicas de oratória para acadêmicos que sofram de timidez crônica ou possuam dificuldades em se expressar e se comunicar adequadamente. Em entrevista para o portal da Universidade Luterana do Brasil, Shubert explicou porque falar em público ainda é um problema para tanta gente. Confira.
Ulbra - Falar Bem é uma arte?
Cláudio Schubert - Cada vez mais, falar bem é uma arte. O ser humano supervaloriza as modernas tecnologias de comunicação e acha que não precisa mais se desenvolver. Se pegarmos os canais tradicionais de comunicação, eles ainda possuem um determinado padrão de linguagem. Mas se você acessa certos meios alternativos, como o YouTube, a comunicação é um caos. Então, nós temos pessoas com conteúdos muito interessantes, mas sem um modelo de comunicação... e todo profissional precisa saber como se fazer entender, como se comunicar bem.
Ulbra - Qual é o perfil da pessoa que sabe se comunicar?
Schubert - É aquela que consegue passar sua mensagem para o interlocutor. Existem pessoas que utilizam um português um pouco caótico, mas que conseguem se comunicar. Claro que, quanto mais a sua fala for próxima de uma linguagem padrão, melhor. O profissional moderno precisa disso, até para se relacionar com determinados setores mais sofisticados da sociedade.
Ulbra - Existem pessoas que conhecem muito de um assunto, mas não conseguem transmiti-lo adequadamente para os outros, conhecimento é sinônimo de falar bem?
Schubert - Existe uma dicotomia entre conteúdo e forma. Uma vez escutei o discurso de um intelectual, doutor em uma determinada área, mas que não conseguiu passar sua mensagem devido às limitações de sua fala. Então, podemos afirmar que são duas dimensões diferentes. Nesse sentido, concordo com a máxima de Aristóteles, nós devemos cuidar da forma e do conteúdo, e o que acontece é que, muitas vezes, priorizamos um em detrimento do outro.
Ulbra - As pessoas se relacionam cada vez mais pelas mídias sociais e subestimam o contato físico pessoal, o senhor acredita que o mundo virtual está dificultando o relacionamento interpessoal dos indivíduos?
Schubert - Na verdade, as novas mídias não substituem nada. Elas são um outro meio, tal qual a carta foi um dia, o sinal de fumaça nos primórdios. É fantástico podermos conversar instantaneamente com qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, mas isso é apenas uma das maneiras de diálogo. Dependendo das relações que as pessoas querem estabelecer, uma outra comunicação se dá de maneira presencial. Isso é inevitável. No meu entendimento, o grande problema está na proliferação de opiniões preconceituosas na internet. Só que isso não se deve às novas tecnologias, é uma característica do ser humano. Aquele que no passado não falava, por saber das consequências, agora escondido atrás de um computador, mostra quem ele efetivamente é. O que acontece é que as ferramentas de interação e comunicação evoluíram, mas as pessoas não. O homem do século XXI ainda precisa evoluir muito a sua inteligência emocional para aprender a lidar com as novas mídias.
Ulbra - E o aluno? O que ele busca quando procura o seu curso? Qual é o maior anseio?
Schubert - Grande parte das pessoas procura o Arte de Falar Bem por necessidade. Ou precisa apresentar um trabalho, TCC, ou foi promovido e precisa cuidar de um grande grupo... Independente do caso, o medo de não corresponder às expectativas é o que traz o estudante para o curso. Nele, nós adotamos uma técnica, onde filmamos o indivíduo e depois fazemos uma análise. Às vezes o aluno não gosta, mas nós procuramos efetuar uma avaliação racional, pois a emoção engana.
Ulbra - Toda pessoa pode aprender a se comunicar melhor?
Schubert - Tirando algumas exceções, todos podem desenvolver a oratória e descobrir como falar bem. Dentro das dinâmicas de grupo que eu costumo trabalhar, eu ressalto a questão do amor-próprio, que é o nosso grande problema hoje em dia. Nós não nos valorizamos como deveríamos, e isso acaba refletindo lá na frente, quando estamos falando em público. Então é preciso estimular o aprendizado, como afirma a neolinguística. Na primeira vez, você vai lá e fala, na segunda, o indivíduo já acostumou o cérebro com aquela ação, o que torna tudo mais fácil. Por isso, nunca deixo um aluno desistir no meio do curso, vou com ele até o final. Eu sempre gostei da comunicação e daquelas pessoas que fazem bons discursos, como Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Mandela. Com boa oratória, falando bem, é possível mudar o mundo.
Marla Cardoso
Jornalista MTb 13.219
Marcus Perez
Jornalista MTb 17.602
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