Projeto Quilombolas
Projeto da Ulbra busca preservar cultura negra em comunidade Quilombola
Iniciativa da Pedagogia contempla 24 famílias do Quilombo das Rosas
Jeane Sanchez dos Santos é moradora do Quilombo Chácara das Rosas desde que nasceu. Fundada por negros que fugiram dos engenhos no período da escravidão, a comunidade, localizada no bairro Marechal Rondom, em Canoas, foi uma das primeiras do gênero a ser reconhecida pelo Governo Federal, em 2009. Mesmo assim, pessoas como Jeane encontram dificuldades para transmitir a tradição cultural de seus antepassados para as novas gerações.
Após diversas tentativas de diálogo com uma escola municipal do bairro, a jovem de 28 anos desistiu de utilizar o ambiente escolar para difundir o legado e a história do seu povo para dezenas de crianças e adolescentes afrodescendentes que estudam no local. "Já tentamos realizar atividades no Dia da Consciência Negra e a direção do colégio não autorizou nossa entrada. Mais de uma vez buscamos conversar e nada", desabafa a ativista sobre a situação constrangedora.
Entretanto, uma nova fagulha de esperança brilhou nos olhos de Jeane nesta quarta-feira, 13 de setembro, após uma visita ao campus da Ulbra. Acompanhada por uma comitiva de quatro mulheres da Chácara das Rosas, ela assistiu à apresentação do projeto Quilombolas: um Tratado Educacional Desafiador de Investigação Cultural.
A iniciativa, fruto de um levantamento capitaneado pela professora do curso de Pedagogia da Universidade, Dra. Ana Jamila Acosta, tem como objetivo preservar a historiografia e ao mesmo tempo formar docentes capazes de lecionar para grupos indígenas e quilombolas. "Nossa meta é capacitar pedagogos que conheçam os hábitos e valores da população negra e originária do Brasil", pontuou Ana Jamila, em referência à Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que torna obrigatório o ensino de história e da cultura afro-brasileira nos currículos das escolas públicas e privadas do país.
Ao lado de outros sete educadores da Ulbra, a pesquisadora entrevistou moradores da Chácara das Rosas e professores da escola municipal da localidade por um período de três meses. Após analisar os dados, a necessidade de intervenção didático-pedagógica ficou clara. "A falta de informação é muito grande, por isso existe essa falha de comunicação entre os dirigentes escolares e os moradores do quilombo. Para reverter isso, nossa próxima meta é apresentar uma proposta de integração comunitária nas dependências da escola. Tenho certeza que, com o apoio de todos os envolvidos, conseguiremos fazer um trabalho muito bonito", garantiu Jamila ao deixar a sala 5 do prédio 11 da Unidade, local que recebeu o encontro, a pedra fundamental de uma parceria em potencial.
Marcus Perez
Jornalista MTb 17.602
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