Relações Internacionais
Big Data é o desafio para os gestores de comunicação latino-americanos
Docente da Ulbra apresenta dados do LCM 2016-2017 em São Paulo
Qual é a extensão do uso da Big Data e da automatização pelos profissionais da área de comunicação na América Latina? E no Brasil? As primeiras respostas para estas perguntas serão apresentadas na divulgação de resultados parciais do Latin American Communication Monitor (LCM), maior estudo sobre comunicação na América Latina, desenvolvido no período 2016-2017. Os dados serão antecipados no dia 26 de abril, das 19h às 22h30min, na ECA/USP, pelas coordenadoras da pesquisa para a América Latina, Ángeles Moreno, e para o Brasil, Andréia Athaydes. As informações do LCM abordam tendências em comunicação estratégica: Big Data, automatização, engajamento, influenciadores, coaching e competências, obtidas na pesquisa realizada em 17 países.
As inscrições para acompanhar no local podem ser feitas no site do CRP/USP. O evento terá transmissão online pela IPTV-USP.
Ángeles Moreno, diretora do Latin American Communication Monitor e diretora executiva da European Public Relations Education and Research Association (EUPRERA), apresentou os dados inéditos da América Latina durante a I Cúpula Íbero-Americana de Comunicação (Cibecom), nos dias 6 a 8 de abril, em Miami, para um restrito grupo formado por gestores em comunicação do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Uruguai, além de Portugal. Segundo Àngeles, que leciona na Universidade Rey Juan Carlos, em Madri, "a receptividade do relatório foi muito positiva". Em São Paulo, ela reapresentará as mesmas informações, publicamente, pela primeira vez. Após o relato na USP, a divulgação será feita em eventos oficiais na Argentina, Colômbia e México. O resultado completo dos dados será divulgado online no dia 1º de maio, no link: http://latincommunicationmonitor.com/site/videos/
Andréia Athaydes, assessora de Relações Internacionais da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e professora do curso de Comunicação Social da Instituição, localizada no Rio Grande do Sul, é a executora da pesquisa no País e fará a apresentação dos resultados nacionais. A docente evidenciará as diferenças existentes na comparação entre os dados brasileiros e os coletados na América Latina. "Essas informações trazem uma oportunidade única para as entidades de classes profissionais e as instituições de ensino superior que têm cursos na área de comunicação formularem e aplicarem programas de capacitação e aperfeiçoamento no uso do Big Data", afirma Andréia.
O BIG DATA E A COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
Os avanços tecnológicos estão alterando os padrões de produção, consumo e comportamento das sociedades. Dentre as principais alterações destaca-se a imensa quantidade de dados acessível a todos os tipos de organizações. O Big Data (grandes dados), por exemplo, fornece acesso a determinados grupos de stakeholders com alta precisão. No âmbito da comunicação estratégica, o Big Data envolve uma gestão praticamente em tempo real, ligada a uma perspectiva pró-ativa baseada em uma ativa escuta dos públicos.
A função comunicativa das organizações abrange um vasto leque de atividades que estão sendo profundamente modificadas pelas mudanças que ocorrem no mundo atual, como o aumento da cobertura da mídia sobre a vida dessas próprias organizações. Hoje é impossível estabelecer uma linha entre as atividades de comunicação interna e externa para todos os membros da organização comunicarem-se em uma pluralidade crescente de mídias e plataformas. Tendo em conta estas novas realidades da cobertura da mídia, algumas organizações não se comunicam apenas estrategicamente, mas elas mesmas são a comunicação estratégica.
A PESQUISA EM 2016-2017
A pesquisa teve a participação de 2.295 pessoas na América Latina. Destas, 60% ocupam cargos diretivos e a maioria tem mais de 10 anos de atuação profissional. As mulheres predominam no mercado e em torno de 60% têm mestrado ou doutorado. Em torno de 67% trabalham em distintos tipos de organizações e os demais em agências e consultoria.
Dados que serão antecipados durante o evento, em São Paulo, revelam que na América Latina os profissionais de comunicação utilizam menos o Big Data que em regiões da Europa e da Ásia. Somente 17% dos departamentos e das agências de comunicação já estão implementando atividades com o Big Data e 16% planejam implementá-las até o final de 2017.
Os profissionais que mais utilizam o Big Data atuam em agências, na bolsa de valores e instituições públicas. Entre as organizações que já o utilizam, 71,2% recorrem a ele para planejar estratégias globais. Os dados são utilizados um pouco menos para orientar as ações do dia a dia (58,8%) e para justificar suas atividades (53,7%).
Os profissionais que não utilizam o Big Data justificam que lhes falta habilidade e o tempo para analisar seu funcionamento. Sete em cada 10 entrevistados acreditam que é importante a adaptação de algoritmos de serviços online, tais como motores de busca, porém somente 37% o implementam em seus próprios departamentos. Mais da metade consideram importantes as ferramentas de algoritmos programados importantes para a distribuição e a criação de conteúdos, mas apenas uma minoria já implementou estas ferramentas.
Outra informação apontada pelo LCM é que 27% do tempo produtivo dos profissionais é ocupado com a gestão das atividades de comunicação e das equipes; 21% é utilizado para alinhar a comunicação da organização com o cliente e seus stakeholders; e 17% em coaching para formar, aconselhar e habilitar os membros da organização ou clientes.
O ESTUDO
O LCM foi aplicado pela segunda vez na América Latina, atingindo 17 países, incluindo o México. Este projeto é organizado pela European Public Relations Education and Research Association (EUPRERA) com a colaboração da Asociación de Directivos de Comunicación, Dircom e patrocinado pela Llorente & Cuenca, agência de gestão da reputação, comunicação e assuntos públicos na Espanha, Portugal e América Latina.
A edição 2016-2017 do estudo bienal explora, entre outros temas, o uso do Big Data, a automatização da comunicação, os temas estratégicos ou as competências dos comunicadores em função de gestão e mídias sociais. Trata também dos novos modelos para capacitar os altos executivos e a outros membros da organização em comunicação, do engagement com os públicos de interesse e papel dos influencers.
Este estudo, com propósitos científicos e respeitando a confidencialidade, identifica as características dos departamentos de comunicação excelentes e permitirá comparações por países, por tipo de organização (empresas privadas, organizações sem fins lucrativos, organizações governamentais, agências, etc.) e com outros continentes, proporcionando resultados relevantes a nível mundial.
A pesquisa foi desenvolvida online, dirigida aos profissionais de comunicação ativos em organizações, agências ou como freelancers. Após a divulgação do resultado, os respondentes receberão um relatório e um vídeo resumo.
O LCM é liderado por professores de 11 universidades da América Latina, Espanha e Estados Unidos. O estudo está dirigido por Àngeles Moreno, professora da Universidade Rey Juan Carlos e diretora executiva da European Public Relations Education and Research Association (EUPRERA) e por Juan Carlos Molleda, professor e diretor do Departamento de Relações Públicas da Universidade da Flórida. No Brasil, a coordenação e execução são dos professores pesquisadores Andréia Athaydes e Gustavo Becker, da Universidade Luterana do Brasil, e da professora Margarida Maria Krohling Kunsch, da Escola de Comunicação e Artes da USP, no Conselho Assessor.
Nome do evento: Latin American Communication Monitor 2016-2017
Data: quarta-feira, dia 26 de abril
Horário: 19h às 22h30min
Endereço: Escola de Comunicações e Artes, Prédio 3, Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, Universidade de São Paulo (ECA/USP)
Contato no Brasil sobre o LCM 2016-2017
Profa. Dra. Andréia Athaydes
Universidade Luterana do Brasil
E-mail: andreia.athaydes@ulbra.edu.br
Fone: (51) 99333-3678
Rosa Maria Ignácio
Jornalista -- MTb 5.785
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