Assuntos Comunitários
Ulbra amplia diálogo sobre acessibilidade junto à comunidade luterana
Reunião com autoridades da IELB marca novo momento do PPA da Universidade
Com o intuito de debater propostas para promover a inclusão de pessoas com deficiência (PCD) dentro de comunidades religiosas, membros do Programa Permanente de Acessibilidade da Ulbra (PPA) se reuniram nesta terça-feira, 25 de outubro, com autoridades da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) no plenarinho da Reitoria, no campus Canoas.
Na ocasião, o diretor de Extensão da Universidade, Gustavo Becker, apresentou para um grupo composto por capelães e pastores, dentre eles o vice-presidente de Ação Social da IELB, Airton Schroeder, as principais iniciativas adotadas na Instituição para acolher crianças, jovens e adultos com deficiência. Citou o Centro Interdisciplinar de Estudos em Psicomotricidade Relacional (Ciepre) e o trabalho dos intérpretes de Língua Brasileira de Sinais e, ao término da explanação, destacou a importância de se ampliar o diálogo sobre o assunto para além do ambiente acadêmico, visando atingir diretamente integrantes da Igreja e suas famílias. "É preciso levar as discussões sobre acessibilidade para fora das salas de aula, proporcionando suporte não só à comunidade luterana, como a outros grupos religiosos", pontuou o gestor, que pretende estruturar uma série de cursos e capacitações para abordar o tema junto desse segmento em breve.
Ao término do evento, Airton Schroeder avaliou de forma positiva a aproximação do PPA da organização Luterana, um processo que, conforme garante, pode dar resultados em um curto prazo. "É um trabalho muito pertinente, pois igrejas são formadoras de opinião, assim como as universidades. Acredito que uma parceria desse tipo, com essa dimensão, tem grande possibilidade de êxito, pois a sociedade precisa de uma nova abordagem para a questão da deficiência", avaliou o vice-presidente de Ação Social da IELB.
Protagonismo e experiências pessoais deram a tônica do encontro
Durante o encontro, os participantes trocaram experiências e expuseram suas impressões pessoais sobre os desafios da inclusão em uma sociedade que ainda tem muito a aprender sobre o universo dos PCDs, como relatou José Luiz Galvão, que é cego e há 11 anos trabalha na Ulbra. "A sociedade não está acostumada a olhar além da deficiência, ela enxerga aquilo como sendo o todo, daí surge uma angústia", comentou o colaborador, que aposta no sucesso do envolvimento da pastoral luterana para a propagação dos ideais da acessibilidade.
Pai de um jovem de 22 anos com paralisia infantil, o pastor Horst S. Musskopf convive diariamente com momentos de exclusão social. Completamente dependente dos pais, o garoto deixa de frequentar locais por falta de políticas de acessibilidade arquitetônica, e ele, por falta de tempo para o lazer e para o desenvolvimento de uma rotina saudável. "Hoje, a minha esposa é cuidadora, ela dedica 100% do seu tempo para o nosso filho. Se tivéssemos o apoio da comunidade, poderíamos descansar um pouco mais", desabafou Musskopf, que percebe com bons olhos projetos como o do Ciepre.
Marcus de Freitas Perez
Jornalista MTb 17.602
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