Debate
Diferentes visões sobre os Agrotóxicos
Especialistas se reuniram para debater os prós e contras
Opiniões interdisciplinares para o uso dos agrotóxicos nas lavouras brasileiras foi a proposta da mesa-redonda O Uso de Agrotóxicos, realizada nesta semana na ULBRA Canoas. Especialistas da Agronomia, Veterinária, Biologia e Engenharia Ambiental se reuniram na ocasião para debater as implicações e consequências da aplicação das substâncias nos alimentos que depois vão parar na mesa, motivados pelo documentário O Veneno está na Mesa, disponível na internet.
Produzido pelo documentarista Silvio Tendler e lançado em agosto do ano passado, o filme mostra o impacto que pesticidas e outros produtos de eliminação de pragas provocam nas lavouras. Com indústrias poderosas e dominantes por trás, os agrotóxicos são disseminados entre os agricultores. As plantações se multiplicam, mas por outro lado, o meio ambiente sofre com a deterioração do processo químico, e a saúde ganha grandes riscos.
“Esse é um debate ético”, afirmou o professor da Medicina Veterinária, Renato Pulz, um dos idealizadores do evento, relatando que a opção de utilizar ou não as substâncias passa por uma questão de escolha ética. Como, por exemplo, a aplicação do DTT, agrotóxico proibido pelo governo brasileiro desde 2009, mas que continua sendo vendido. “Precisamos prestar atenção nesta questão, porque o DTT é um produto que fica por cerca de 30 anos no solo e no organismo”, colocou a professora de Toxicologia, Viviane Pinto.
A produção de alimentos completamente orgânicos é uma opção ao domínio dos agrotóxicos, e ganha cada vez mais apoiadores. Segundo o professor da Agronomia, Humberto Duarte: “É possível produzi-los mais barato, inclusive”, afirmou, durante sua fala. Para isso, é necessário enfrentar o forte lobby realizado pelas grandes empresas do setor, que também dominam o mercado dos medicamentos, como a Basf e a Bayer, citadas pelo documentário. “A mesma empresa que faz o remédio é a que faz os agrotóxicos. O câncer, por exemplo, é cada vez mais incidente, e não nos damos conta, mas a alimentação também tem a ver com isso”, pontuou.
Para a professora da Biologia, Juliana da Rosa, no entanto, abolir a aplicação de pesticidas no campo não é necessário se houver um controle rigoroso. “É fato que os agrotóxicos fazem mal à saúde e ao meio ambiente, e também é fato que a população mundial aumentou”, argumentou ela. Por isso, meios de aumentar a produção de alimentos é importante. “É difícil eliminar o uso de agroquímicos das lavouras. Existe sim a necessidade de controle disso tudo”, concluiu a docente.
Notícias relacionadas
-
04
JULRecomeço Depois de dois meses, últimas famílias deixam abrigo na Ulbra -
28
JUNSAÚDE Clínicas-escola da Ulbra têm agendas para novas consultas -
27
JUNHOMENAGEM Ulbra recebe medalha pelo trabalho durante enchentes -
26
JUNArte para todos Orquestra da Ulbra homenageia Mercedes Sosa no Domingo Clássico
Últimas notícias
-
26
JUNMERCADO DE TRABALHO Ulbra oferece 42 novos cursos de extensão com temas atuais -
25
JUNSAÚDE Medicina da Ulbra se destaca no atendimento aos abrigados -
24
JUNSEGURANÇA ANIMAL Caramelo ganha microchip que permite a identificação -
20
JUNANIMAIS EM ABRIGOS Ulbra inicia castração de mais de 8 mil cães e gatos em Canoas