Concerto dia 1º de abril
Orquestra homenageia Hubertus Hofmann em concerto
Tiago Flores rege a Orquestra de Câmara em Porto Alegre
A Orquestra de Câmara da ULBRA abre a Temporada 2012 no próximo domingo, 1º.4, às 19h, na Associação Leopoldina Juvenil (Rua Marquês do Herval, 280). A apresentação, que terá entrada franca, contará com a presença de dois importantes instrumentistas conhecidos no Brasil e exterior: a pianista Olinda Allessandrini e o clarinetista Diego Grendene.
Sob a regência do maestro Tiago Flores (foto), o grande destaque do concerto fica por conta da homenagem prestada ao compositor Hubertus Hofmann (1929 – 2011). A Orquestra executará Concertino para piano, clarinete e cordas, obra composta em 1983, que teve sua estreia dois anos depois, com a própria pianista Olinda Allessandrini - a quem Hofmann dedicou a composição. Com harmonias tonais, são empregados elementos do jazz, da música brasileira e especial alusão à tradição italiana - lembrança às origens da pianista homenageada.
Nascido em Gotha, na Alemanha, Hofmann veio para o Brasil após a II Guerra Mundial e teve grande atuação como pianista e compositor. Foi músico da Ospa por 35 anos, docente da UFRGS, no Instituto de Belas Artes, e morreu em dezembro de 2011 aos 82 anos, em Porto Alegre. “Hofmann foi um grande músico e deixou um importante legado. Foi um grande amigo e é com muito carinho que prestamos esta homenagem”, declarou Tiago Flores.
Além desta obra, a Orquestra ainda executa uma das serenatas mais célebres de W. A. Mozart – Serenade in D - KV 239, conhecida como Serenata Noturna.
Na sequência do programa, Fuga y Mistério, de A. Piazolla, da ópera "Maria de Buenos Aires", criada em parceria com o poeta Horacio Ferrer, com quem lançou uma série de outros tangos, incluindo "Balada para um Louco" e "Chiquilín de Bachín", que obtiveram sucesso imediato.
O concerto termina com Quarteto de Cordas nº 1, de Heitor Villa-Lobos, com arranjo para orquestra de cordas. Obra complexa, composta por um profundo conhecedor dos recursos do violoncelo, é considerada de muito difícil execução, pelo caráter contrapontístico e o virtuosismo técnico, exigindo um penoso preparo de cada um dos membros do quarteto.
Compostos no decorrer de toda a vida de Villa-Lobos, os 17 Quartetos são considerados pelo próprio compositor a melhor coisa que ele tinha escrito.
Olinda Allessandrini
As atividades da pianista Olinda Allessandrini incluem apresentações ao vivo, gravações, programas de rádio, atividades pedagógicas, colaboração em livros editados e jornais.
É citada no livro Arte do Piano, de Sylvio Lago, Algol Editora, 2007: “...de técnica apurada e dotada de fina imaginação e bom gosto, Olinda Allessandrini é uma das mais atraentes pianistas do repertório nacional”.
Entre os inúmeros prêmios por ela conquistados estão o primeiro prêmio no Concurso Nacional de Piano “Lorenzo Fernandez”, Rio de Janeiro, e primeiro prêmio no Concurso Nacional de Piano da Universidade Católica de Salvador, Bahia. Arrebatou o público de Salvador com a interpretação da Sonata em Si menor, de Liszt, recebendo o prêmio especial de “Melhor Intérprete de Liszt”.
Em 2005, conquistou, pela terceira vez, o mais importante troféu do sul do país, o Prêmio Açorianos, como destaque especial em música erudita, por seu trabalho de pesquisa e divulgação da música do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Em 2010 foi premiada com a distinção Líderes e Vencedores, como destaque na área cultural. Também em 2010 recebeu a Medalha comemorativa ao ano Chopin, através do Consulado da Polônia em Porto Alegre.
Possui CDs inteiramente dedicados a obras de Villa-Lobos, Radamés Gnattali e Araújo Vianna, além dos CDs Panorama Brasileiro, Valsas, pamPiano, Ébano e Marfim, Um piano na Esquina, com obras de diversos compositores. Participou também de vários CDs como pianista convidada. Em um deles está registrada a gravação ao vivo do concerto de 24 de março de 1999, na Filarmonia de Berlim, como solista com a Orquestra Sinfônica Jovem de Charlottenburg, sob a regência de E. Mentges. Também participa do CD da Orquestra de Câmara Sesi-Fundarte, como solista na obra Las Cuatro Estaciones Porteñas, de Astor Piazzolla. Seu repertório pianístico vai do barroco ao contemporâneo.
Diego Grendene
Graduado pelo Bacharelado em Clarinete da UFRGS, Diego Grendene realizou cursos de aperfeiçoamento na University of Georgia (EUA) e em Nice, na França. Estudou com Walter Boeykens por dois anos, no curso de Especialização do Conservatório Real Superior de Antuérpia, na Bélgica, obtendo, com distinção, o diploma de Concertsolist. Neste período, participou da gravação de dois Cds, como membro das orquestras do Conservatório e passou a integrar o Quarteto de Clarinetes Aliénor, com o qual realizou, durante três temporadas, uma série de 44 concertos por diversas regiões da França.
Tem atuado como solista com a OSPA, Orquestra da UCS, Orquestra do Theatro São Pedro, Orquestra da ULBRA e Orquestra Unisinos. Em 2003, foi solista no Concerto de Abertura da Bienal de Música, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, estreando a obra Um Gringo no Brasil de Nestor de Hollanda Cavalcanti. Também foi solista, sob a regência de Ernani Aguiar, no Cd Novenas, de obras do Padre José Maurício, o qual ganhou o Prêmio Açorianos de melhor Cd de Música Erudita. Participou do Cd Colóquio, de Bruno Kiefer e do Cd Toronubá de Dimitri Cervo, entre outros.
Tiago Flores
Tiago Flores é o atual diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob a orientação de Arlindo Teixeira, especializou-se em regência orquestral em São Petersburgo (Rússia) com Victor Fedotov. Participou de cursos, oficinas e festivais com Kurt Redel (Alemanha) e Lutero Rodrigues e venceu o concurso Jovens Regentes promovido pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA). Atuou à frente de orquestras do Brasil, Uruguai, Venezuela, México, Itália e Áustria. Foi diretor artístico da OSPA entre 1999 e 2001.
Regente da Orquestra de Câmara da ULBRA desde sua fundação vem recebendo inúmeros elogios da crítica especializada, destacando-se como grande incentivador da nova música e tendo contribuído, em muito, para o reconhecimento do conjunto como um dos melhores do gênero no país. Recebeu o prêmio Melhores da Cultura 2005, conferido pela Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, e em 2006, no Festival de Cinema de Maringá, o prêmio de Melhor Música como diretor musical do filme Sal de Prata, do diretor Carlos Gerbase.
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