Além do Conhecimento
Projeto Além do Conhecimento apresenta Carlos Arthur
O multicampeão do Levantamento de Peso
Mais do que formar profissionais, a Ulbra forma cidadãos e apoia seus estudantes em diferentes atividades. Em 2016, através do projeto Além do Conhecimento, uma parceria entre a área de Comunicação da Universidade e a Ulbra TV, você vai conhecer alguns destes talentos.
Apresentarmos o gaúcho Carlos Arthur da Rosa. Aluno do curso de Educação Física na Ulbra Canoas, multicampeão mundial em Levantamento de Peso.
Carlos Artur começou na limpeza, estudou e hoje tem a sua própria academia
Tenho 19 títulos gaúchos, sou 14 vezes pan-americano, 13 mundiais de Levantamento de Peso. Sou detentor de recordes desde 2003, que até hoje está imbatível, com a marca de 300kg, no Terra, com apenas 75kg corporais. Hoje, estou um pouco mais velho, com 82,5kg e levantei, no último campeonato mundial, 275kg.
Acabo me envolvendo em todos os eventos que acontecem referentes ao levantamento de peso, sendo promovendo ou competindo. Estou há nove anos no curso de Educação Física. Quando perdi a minha mãe, tinha apenas 13 anos. Logo em seguida meu pai se suicidou. Aos 19 anos, entrei em uma academia para praticar musculação, e o pessoal viu que eu tinha algum "pedigree", com se fala, para a luta. Fiquei bastante tempo no Box, mas acabou não dando certo. Continuei na academia para melhorar a performance, mas acabei me envolvendo com outros alunos que praticavam o levantamento de peso, e eles diziam: "Pô, Carlos Arthur, tu tens habilidade para levantar peso". E, a partir daí, eu comecei com esse esporte.
Nesse momento, eu precisava de um clube que me representasse para conseguir a Bolsa Atleta do Governo Federal, me indicando como atleta. Foi aí que entrei na Ulbra, e eles me receberam dizendo que não tinham Levantamento de Peso, mas tinham academia. Perguntaram se eu tinha alguma experiência nisso porque precisavam de alguém que cuidasse da academia. Então eu comecei. Organizava, limpava, arrumava os pesos. Durante esse tempo, houve alguns acontecimentos que me chamaram atenção. A fisioterapia geralmente mandava os atletas que vinham do Departamento Médico para academia para serem tratados. E nem sempre poderia ficar um fisioterapeuta cuidando, montando peso. Então eles explicavam para mim como funcionava e eu comecei a aprender. Eu tinha conhecimento de academia, mas não tinha o conhecimento científico. Eu ouvia o pessoal falando umas línguas diferentes, uns nomes de músculos que eu não conhecia. Acabei ficando curioso, quis estudar, mesmo eu já tendo 35 anos na época.
Consegui uma bolsa de estudos porque ganhei um Campeonato Mundial pela Ulbra. E, assim que cheguei desse campeonato, o professor Ricardo Merina me aconselhou a estudar para ter esse conhecimento técnico, já que eu tinha um conhecimento bom em academia. Comecei, então, a estudar, e hoje eu sei o que é um bíceps, um tríceps, os exercícios que trabalham direto nesses músculos, o porquê desses exercícios, o que eu posso fazer e o que eu não posso fazer. A Educação Física me ensinou o suficiente para, hoje, eu ter minha própria academia. Eu, que comecei na limpeza.
Atualmente dou palestras, cursos de levantamento de peso, sou árbitro confederado na WNPF, World Natural Powerlifting Federation, uma confederação americana que me deu o curso de arbitragem. O próprio curso de Educação Física já me pediu para dar palestras e falar sobre o levantamento de peso. As regras, o que pode e o que não pode durante uma competição. A academia, que antes eu limpava e cuidava, já foi usada várias vezes como palco de palestras.
A Ulbra me representa como um cidadão melhor porque o estudo realmente faz a diferença, até em como se expressar. Nos meses de setembro, outubro e novembro eu dei 18 palestras em escolas, falando da vida pobre que eu tive. Não sou rico, mas eu tive uma vida bem pior do que a que eu tenho hoje. A Ulbra contribuiu para isso, para minha vida, fazendo com que eu conhecesse Geórgia, Nova Iorque, Las Vegas, Atlanta, Filadélfia, neste ano estive em Orlando, que são lugares que eu jamais imaginaria um dia conhecer. A Universidade me proporcionou isso até por ter a visibilidade e o respeito que tem. Eu vejo que a Ulbra me abre portas.
Eu sempre tive gosto pelo estudo, mas nunca me atrevi a dar aula para alguém. A Ulbra me transformou, fiquei mais desinibido e, com isso, passei a ajudar outras pessoas, montando um grupo de estudos com os alunos que estudam perto da minha academia, do colégio Antônio Gomes, que estavam praticamente rodados, e a única chance de passar era um provão no final do ano. Era química, física, história no nível de Ensino Médio, e eles tinham que passar para o segundo grau. Eles estudavam de domingo a domingo. Inclusive, foi matéria em um jornal de Gravataí com a manchete "Estude com um campeão".
Alguns alunos meus da academia que estavam fazendo cursos em outras universidades trocaram para a Ulbra por intermédio e exemplo meu. Eu recomendo até pela facilidade de acesso, pelo estacionamento, sem contar a seriedade do próprio estudo. Eu olho o que eu já aprendi e percebo o quanto evoluí.
O meu objetivo é dar mais uns três anos, talvez mais, a minha saúde que vai falar isso, porque o esporte de autorrendimento não é um esporte que "faça bem para a saúde", porque, na verdade, tu lidas além dos teus limites, o que gera muitas lesões. Ficarei no esporte o quanto eu aguentar essas lesões. Eu acho que em dois ou três anos eu encerro a carreira de atleta e vou dar continuidade ao que eu estou fazendo hoje, que é dar palestras, cuidar mais da academia e, com certeza, continuar os estudos. Até para continuar com essa ideia de passar conhecimento, pois eu acho que nada vale a gente passar por aqui, por esse mundo, e não deixar nada. O conhecimento é algo que a gente ganha, aprende, conquista e morre com a gente se não passarmos pra alguém. Temos que passar isso para outras pessoas para que elas se beneficiem. Porque, senão, não vai servir para nada.
Eu sou Carlos Arthur. Eu fui além do conhecimento.
Confira abaixo o vídeo do Carlos Arthur.
Laira Souza
Jornalista - Mtb. 11.610
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