Dissertação de mestrado do PPGEDU recebe Prêmio Nacional
Concurso Nacional de Pesquisa sobre Cultura Afro-Brasileira premiou docente da ULBRA
O Programa de Pós-graduação em Educação na ULBRA foi recentemente premiado com a tese de dissertação de mestrado "Abram-se as cortinas: representações étnico-raciais e pedagogias do palco no teatro de Arthur Rocha", de Isabel Silveira dos Santos, sob a orientação da professora Maria Angélica Zubaran. A tese recebeu a premiação do Prêmio Palmares de Monografia e Dissertação 2010 - Concurso Nacional de Pesquisa sobre Cultura Afro-Brasileira, Comunidades Tradicionais e Cultura Afro-Latina.
O concurso foi promovido pela Fundação Cultural Palmares com o objetivo de premiar monografias e dissertações que fossem fruto de pesquisa sobre cultura afro-brasileira. Foram premiados 12 trabalhos na categoria regional (cinco monografias e sete dissertações) e 18 trabalhos na categoria nacional (10 monografias e oito dissertações). A dissertação da docente foi uma das vencedoras na categoria Nacional/Geral.
O trabalho propôs uma análise das três peças teatrais do dramaturgo Arthur Rodrigues da Rocha, 1859-1888: O filho bastardo (1875), José (1878) e A filha da escrava (1883), com o objetivo de mapear as representações étnico-raciais mais recorrentes sobre negros e suas identidades. "Minhas intenções de pesquisa estão mergulhadas nas histórias de uma família negra, de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, que entendia a educação escolar como o principal meio de proporcionar aos seus filhos uma vida diferente daquela que, em geral, parecia-lhes destinada", comenta Isabel.
Nas três peças teatrais, a autora realizou uma análise cultural e transversal dos discursos do racismo científico, moral higienista e abolicionista e suas representações, assim como dos possíveis ensinamentos que essas peças colocaram em circulação na cultura. Entre os resultados obtidos, ela demonstrou a pertinência do estudo do teatro como um artefato cultural e pedagógico capaz de disseminar múltiplos ensinamentos sobre o ser negro(a).
A professora e integrante do PPGEDU da Universidade salienta que as histórias narradas ajudam a dar coerência nas identidades individuais. "De algum modo, a iniciativa para esta pesquisa está ligada a minha história de mulher, negra, professora, militante sindical, de um partido político e do movimento negro", finaliza.
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