SOLIDARIEDADE E SAÚDE
Medicina da Ulbra atende abrigados no centro humanitário em Canoas
Universidade que acolheu 7,8 mil pessoas segue ajudando vítimas
Em uma demonstração de solidariedade e compromisso com a comunidade, a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) intensificou seus esforços humanitários em apoio aos desabrigados pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. A equipe de Medicina da Família e Comunidade da Ulbra, composta por professores, médicos residentes e estagiários, está na linha de frente do atendimento no Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, localizado em Canoas. E a Ulbra continua a desempenhar um papel vital no cuidado e na reconstrução das vidas daqueles que foram mais afetados pelas enchentes.
O Centro, com 126 casas modulares, foi planejado para abrigar mais de 600 pessoas que perderam seus lares durante a maior catástrofe climática da história do estado, segundo o Governo do Rio Grande do Sul. Desde a sua abertura, o espaço se tornou um refúgio para centenas de famílias, e a Ulbra tem desempenhado um papel crucial ao fornecer atendimento médico e apoio psicológico. São cem consultas médicas por semana. Estão no local, atualmente, 386 abrigados. Também 120 crianças, que recebem um trabalho de resgate com a unidade de saúde. Muitas estão com problemas respiratórios.
"É uma experiência única"
A médica supervisora da equipe de saúde da Ulbra no Centro Humanitário, Karoline Brambatti, destacou a diversidade da população atendida. "Esperávamos encontrar principalmente idosos com doenças crônicas, mas nos deparamos com uma população jovem, vulnerável, e com muitos problemas de saúde mental agravados pelas enchentes," afirmou. "É uma experiência única. Nunca havia convivido com uma população tão necessitada de auxílio em saúde. São famílias que, até então, estavam invisíveis para o sistema de saúde."
Fernanda Machado Mota, médica residente em Medicina de Família e Comunidade na Ulbra, descreveu o trabalho no Centro Humanitário como um desafio e uma oportunidade de aprendizado inestimável. "Planejamos todo o atendimento como se estivéssemos montando um posto de saúde do zero. Fizemos o mapeamento das áreas e das condições de saúde das pessoas para oferecer um cuidado mais abrangente. É uma experiência médica gratificante," relatou.
Impacto na formação
A estagiária Emanuela da Silva Foletto, estudante do nono semestre de Medicina da Ulbra Canoas, compartilhou sua experiência ao prestar atendimentos no Centro Humanitário, enfatizando o impacto positivo na sua formação profissional. Ela destaca como esses atendimentos, voltados a uma população afetada emocionalmente pelas enchentes, são enriquecedores do ponto de vista médico e humano. Para ela, essa vivência está sendo "construtiva, principalmente para entender várias realidades que vamos enfrentar após formados" e que, apesar da situação ser triste, sente-se grata pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Além do atendimento médico, o Centro Humanitário oferece uma estrutura completa para as famílias, com banheiros, refeitório, lavanderia coletiva, berçário, fraldário, policiamento 24 horas e espaços multiuso. As crianças, que compõem uma parcela significativa dos abrigados, recebem atenção especial.
O Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, localizado na Avenida Guilherme Schell, em Canoas, é um símbolo da resiliência e da solidariedade da socidade gaúcha. Este é mais um exemplo de como a união entre a Ulbra e a comunidade pode trazer alívio e esperança em tempos de crise. A Universidade permanece comprometida em fazer a diferença.
SAIBA MAIS
- O Centro Humanitário de Acolhimento foi inaugurado em julho de 2024.
- O espaço tem 126 casas modulares e capacidade para abrigar até 630 pessoas.
- As famílias recebem assistência médica, social e psicológica, além de acesso a serviços essenciais como água, saneamento, energia elétrica e wi-fi.
- A equipe de Medicina da Ulbra atende, em média, cem pessoas por semana no Centro Humanitário.
- A Ulbra mobilizou seu campus de Canoas como uma central de solidariedade durante a crise climática, em maio.
Marcelo Miranda
Assessoria de Comunicação Ulbra
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