Institucional
Em live, Aelbra esclarece sobre processo de Recuperação Judicial
Transmissão ocorreu na Ulbra TV e nas redes sociais da emissora
Faltando três dias para a apresentação do plano de Recuperação Judicial (RJ) da Aelbra, mantenedora da Ulbra, na Assembleia de Credores que definirá o futuro da Instituição, uma live foi promovida para explicar os desdobramentos do processo, que teve início há cerca de dois anos. Com endividamento total de R$ 8,2 bilhões, a Instituição solicitou Recuperação Judicial em maio de 2019. A RJ tem o objetivo de oferecer condições e tempo para a mantenedora reorganizar as finanças, preservando as atividades educacionais.
Participaram da live, esclarecendo dúvidas enviadas pela comunidade via e-mail e WhatsApp, o advogado da Aelbra, Thomas Dulac Müller e o assessor Financeiro da Mirar Gestão Empresarial, João Miranda. A transmissão foi conduzida pelo reitor da Ulbra, Thomas Heimann, e pelo vice-reitor, Adriano Chiarani da Silva. "O objetivo desta live é esclarecer a situação do plano de Recuperação Judicial. Com a proximidade da Assembleia, muitas dúvidas surgiram e hoje estamos aqui para entender o que acontecerá na próxima quinta-feira", destacou o reitor, se referindo à assembleia marcada para iniciar às 14h.
Confira as principais dúvidas respondidas durante a live:
O que será colocado em votação na assembleia do dia 25/11, às 14h?
Thomas Dulac Müller - Estamos diante da maior Recuperação Judicial em termos de amplitudes atingidas e valores do Estado do Rio Grande do Sul e uma das mais relevantes do Brasil de todos os tempos. A maior e mais relevante de uma instituição de ensino. Não estamos lidando com destinatários de um processo de RJ comum, como credores e funcionários. No nosso caso, além deles, estamos lidando com os alunos. Claro que falamos da manutenção dos empregos, dos pagamentos dos impostos e dos credores, mas também estamos olhando para o investimento das pessoas nas suas vidas. Por isso, estamos diante de algo relevante e significativo. O objetivo, portanto, é atingir a aprovação do plano, mas que contempla a preservação desta entidade.
Quais foram os movimentos mais recentes no processo de RJ da Aelbra?
Thomas Dulac Müller - Apresentamos um plano que contemplava aquilo que a Instituição entendia como instrumentos razoáveis, factíveis para pagar os credores. O plano apresentado no período pré-pandemia tornou o processo mais lento. Os credores das classes 1, 2, 3 e 4 deram as suas contribuições para a construção desse plano, onde conjugamos esses interesses, que nem sempre são convergentes. A mantendora entendeu, junto com os credores, visando a preservação da absoluta integralidade da Instituição por vender as unidades do Rio Grande do Sul, para que com o valor obtido tenhamos condições de pagar os credores e essa Instituição continue sobrevivendo.
A ideia de vender as unidades do Sul partiu de quem?
João Miranda - Foi um consenso entre a empresa e os credores. A Instituição convive com endividamento há muito tempo, o que reduziu a sua capacidade de investimento. Sempre se soube que era necessário alienar ativos para cumprir a dívida ou parte dessa dívida. Dessa forma, teremos um valor com maior liquidez para satisfazer os credores. Essa é a saída mais racional, que contempla a satisfação dos credores e a nossa capacidade de investimentos.
Quantas operações serão vendidas?
Thomas Dulac Müller - Todas as unidades de ensino superior do Rio Grande do Sul serão postas à negociação. Queremos fazer da maneira mais suave possível, para que todos os envolvidos passem por esse momento sem perceber. As unidades do Norte podem vir a ser objeto de unidade produtiva isolada. Não significa que serão vendidas. É uma mera autorização. Temos um endividamento tributário substancial, que não pode ser ignorado, e buscaremos os meios para pagá-lo. Com a venda, geramos caixa para o pagamento, mas precisamos de uma Instituição saudável, que recupere sua capacidade de investimento. Por isso queremos prever essa autorização no plano para as unidades das demais regiões, para caso haja necessidade de captar dinheiro através da venda de uma ou outra unidade fora do Rio Grande do Sul.
A expectativa é que a negociação seja de qual valor?
Thomas Dulac Müller - Existe uma estimativa superior a 1,2 bilhão com a venda de ativos imobiliários, operacionais e os ativos da operação do RS, através da venda de todas as unidades de Ensino Superior do Sul. Com o valor da venda, a previsão é pagar 267 milhões para os credores da classe 1 -- classe trabalhista - e prioritariamente os credores da classe 4, as micro e pequenas empresas, que soma uma dívida de em torno de 21 a 24 milhões de reais. O restante para os credores das classes 2 e 3. Ainda contemplamos no plano a entrega imediata do equivalente a 30% desses valores para as autoridades fazendárias.
Existe algum comprador para a Ulbra RS?
Thomas Dulac Müller - Há anos há interessados, tenho convicção que há interessados, mas não temos como falar sobre isso nesse momento. Para quem tem capacidade de investimento, uma Instituição desse porte faz todo o sentido.
A mudança de gestão pode acontecer ainda em 2021?
João Miranda - Muito pouco provável. Passando a assembleia e o plano sempre aprovado pelos credores, vai para apreciação da Justiça e tudo isso leva um período razoável para criar as condições estruturais. Por isso, neste ano é pouco provável. Ao magistrado cabe a decisão. Decidida a concessão da RJ, se inicia o processo de reorganização societária.
O projeto educacional da Ulbra segue em qualquer circunstância?
Thomas Dulac Müller - Em nada muda o ambiente acadêmico. Este é o objetivo desde o início: a preservação da Instituição. Buscamos construir junto com os credores, não é um plano elaborado pela Aelbra, mas pela Aelbra e por eles. Por isso, uma consultoria foi contratada para construir com os credores esse plano. O plano atende os objetivos de preservação da Instituição, manutenção dos empregos por pelo menos dois semestres, de acordo com o que está sendo negociado com os Sindicatos das categorias e o pagamento dos credores. Nosso objetivo é um só: manter essa Instituição viva.
Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219
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