Dia do professor
Cristina Caberlon: a fisioterapia do olhar
Coordenadora da Fisioterapia foi homenageado por aluna neste 15 de outubro
Neste 15 de outubro, a Ulbra preparou uma singela homenagem a todos os seus docentes. O reconhecimento foi gravado em vídeo, através do desafio lançado para um trio de acadêmicos, convidados a fazer um depoimento sobre os docentes que têm marcado sua vida na Universidade.
O cenário foi a Estação do Livro, no campus Canoas. A missão: reunir aluno e mestre no mesmo ambiente sem que um desconfiasse da presença do outro. Com a câmera ligada, o acadêmico gravava uma mensagem, enquanto, separado por um biombo, o docente ouvia o relato. O desfecho se deu num abraço apertado e num muito obrigada.
Assista o resultado clicando aqui e conheça um pouco sobre a trajetória dos três professores que foram surpreendidos: Cristina Caberlon, da Fisioterapia, Fabiano Silveira, do curso de Letras - Inglês e Andréa Dulor Finkler, da Fonoaudiologia.
Inspirada por transmitir conhecimento
"Eu sou a gringa da serra que veio com um desafio para a metrópole." Assim define a sua história a professora e coordenadora do curso de Fisioterapia, Cristina Caberlon. Formada no ano de 2008, na sua cidade natal, Caxias do Sul, desde muito jovem foi inspirada por transmitir e receber conhecimentos.
Descreve-se, com frequência, como uma docente peculiar, que tenta dar instruções amplas sobre os assuntos, para que o aluno possa se descobrir, e aí sim buscar a especialização naquilo que mais lhe agrada. "Eu tenho essa característica, de não me prender a especificidades, mas sim a um conhecimento que faz uma grande diferença."
Pelos alunos, Cristina é lembrada de diversas formas: como a professora que olha para o estudante com um olhar atento e carinhoso, ou como aquela que interpreta os bloqueios e os contorna. Diz buscar a descontração no meio universitário, que, por vezes, concentra inúmeras frustrações àqueles acadêmicos. "Eu tento explicar de outra forma, utilizando uma brincadeira, uma história, algo que fixe aquele conteúdo de uma forma diferente'', contou.
A fisioterapia, aos olhos dos amigos e familiares, era um futuro distante para Cristina, já que acreditavam que a comunicação deveria ser o seu foco profissional. Mas, segundo ela, a área é uma das formas mais lindas de comunicação, principalmente estando atrelada à docência. A primeira oportunidade da carreira acadêmica surgiu em uma universidade caxiense. "E são as primeiras porradas que a gente ganha da vida", lembra.
As inspirações de Cristina
Uma das coisas que não se pode esquecer é que os professores que hoje nos inspiram só os são porque também tiveram inspirações, e com Cristina não foi diferente. Acadêmica aplicada, que demonstrava grande talento para o ensino, logo foi lembrada pelos seus mentores. "Os professores que me inspiraram, e continuam inspirando, me convidaram diversas vezes para fazer parte da vida acadêmica. Até hoje temos a oportunidade de realizar projetos em conjunto."
Num gesto quase que arquitetado, inscreveu-se para o edital de contratação de docentes na Ulbra Canoas. Destacando-se em provas e entrevistas, Cristina fixou pés na docência da Universidade. Hoje, professora há quase 5 anos, já atua há 1 como coordenadora de seu curso. "São desafio diários, e atuar na gestão nos afasta um pouco da sala de aula, e é aí que entramos numa outra fase da docência, que é saber pensá-la e geri-la'', destacou.
As nuances da profissão são desafiadoras, ora muito bonitas e ora extremamente complicadas, tornando-se um desafio diário. Aponta, então, que o maior gesto de amor para com a formação acadêmica de um aluno é saber a hora de dizer não, para colocá-lo no caminho que não é necessariamente o mais complicado, mas aquele que vai efetivamente transformá-lo.
Apaixonada por transmitir conhecimentos, para ela, deixar de atuar na sua formação inicial não seria um problema desde que pudesse continuar encantando as pessoas e querendo fazer com que elas sejam sempre a melhor versão de si. Ao final, Cristina destacou um momento especial de sua trajetória. "A minha mãe dizia: como tu consegue ser fisioterapeuta e lidar com a dor e os problemas das outras pessoas? E eu respondia: mãe, eu sou a melhor coisa da pior parte da vida do paciente."
Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas
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